Israel ataca. O Irã revida.

Por Política em Debate I Brasília
Em 16/06/2025, 20h22 I Leitura 2 min
Brian Berletic, ex-fuzileiro naval dos Estados Unidos e hoje analista geopolítico do canal The New Atlas, é uma das vozes mais lúcidas e críticas sobre os conflitos armados promovidos ou patrocinados por Washington e seus aliados. Sua experiência militar de campo, combinada com um olhar analítico, o tornou uma referência no desmonte narrativo da propaganda ocidental. Berletic não fala por conveniência política — fala com precisão tática, conhecimento técnico e um compromisso com os fatos que a grande mídia insiste em ignorar.
Em sua recente análise sobre a Operação Verdadeira Promessa 3, lançada pelo Irã contra Israel, ele foi categórico: o ataque não foi impulsivo nem emocional. Foi estratégico, calculado e devastador. A mensagem foi clara: o Irã pode – e já vem fazendo na data de hoje – quando quiser, furar o escudo de “invencibilidade” de Israel e atacar diretamente estruturas militares e nucleares.
“As armas iranianas foram guiadas com precisão. Alvos militares foram atingidos, não civis — ao contrário do que Israel faz sistematicamente contra Gaza e seus vizinhos”, destaca Berletic.
O fracasso das defesas israelenses
Israel, que se gaba de possuir um dos sistemas de defesa aérea mais avançados do mundo — o “Domo de Ferro” —, não conseguiu impedir a passagem de dezenas de mísseis iranianos, muitos dos quais atingiram bases aéreas, centros de comando, refinarias e instalações nucleares. Isso mesmo: Israel foi forçado a levar sua população civil para abrigos subterrâneos, enquanto suas forças armadas tentavam conter um ataque sem precedentes.
Berletic observa que esse fracasso expôs uma fraqueza estrutural de Israel e dos EUA: a arrogância estratégica de subestimar o poder de retaliação iraniano. Segundo ele, os mísseis não só foram bem-sucedidos, como demonstraram que o Irã possui capacidade de sustentação para ataques subsequentes, o que muda completamente o equilíbrio de forças no Oriente Médio.
Israel precisa dos EUA — e os EUA estão atolados
Ao contrário do que sugere a propaganda israelense, Israel não tem capacidade de enfrentar o Irã sozinho. Berletic relembra documentos do think tank Brookings Institution (como “Which Path to Persia?”), que deixam claro que qualquer ataque de grande escala ao Irã exige participação direta dos Estados Unidos. Israel, por si só, é insuficiente.
O problema é que os EUA estão afogados em múltiplos conflitos indiretos: Ucrânia, Taiwan, contenção da Rússia e da China, além de um colapso gradual da sua credibilidade global. Entrar numa guerra direta com o Irã agora seria não só suicida, mas a última pá de cal no império decadente, que ainda tenta se sustentar.
Propaganda, islamofobia e hipocrisia ocidental
Berletic é implacável com a manipulação da opinião pública: “Israel mata civis todos os dias em Gaza, na Síria e no Líbano, mas o mundo só reage quando uma instalação militar israelense é atingida”. A mídia, segundo ele, serve como braço de propaganda de um império hipócrita, que ataca em nome da “segurança” e da “democracia”, mas viola todos os princípios do direito internacional.
O Irã, por sua vez, sofre sanções, sabotagens, assassinatos de cientistas e ataques a sua soberania, enquanto nunca foi provado que possui armas nucleares. Mesmo assim, o país é empurrado à beira do abismo por potências que usam o pretexto da “proliferação” para justificar ações terroristas.
“A guerra informacional é tão estratégica quanto a militar. E o Irã venceu nas duas frentes nesta rodada.”
🔗 Assista à análise completa de Brian Berletic no New Atlas:
https://www.youtube.com/watch?v=c8diFT81QtQ