A penhora foi ordenada pela Justiça paulista em função do não pagamento de aluguéis de uma mansão.
22 de maio de 2023, 15:47h
Recentemente, o império religioso do empresário evangélico Valdemiro Santiago sofreu um revés significativo: a Igreja Mundial do Poder de Deus foi penhorada.
Segundo informações do O Globo, o valor estimado do templo é impressionante: R$ 260 milhões, ocupando uma área de 46 mil metros quadrados e com capacidade para abrigar aproximadamente 20 mil pessoas. É nessa igreja que o pastor realiza seus sermões e faz inúmeras promessas milagrosas de cura para doentes, inclusive aqueles em estágio terminal. Até quando se irá tolerar isso, de forma impune?
A penhora foi determinada pela Justiça paulista devido ao não pagamento dos aluguéis de uma mansão localizada no litoral Norte de São Paulo. A dívida em questão é estimada em R$ 881 mil.
No entanto, a penhora não é a única preocupação do empresário. O pastor Valdemiro Santiago sofreu um prejuízo de R$ 800 milhões causado por sua própria filha. Raquel Santiago, responsável por gerenciar o dinheiro do pai, acabou perdendo uma fortuna considerável e foi afastada de sua posição. A pastora perdeu nada menos que R$ 800 milhões, desviados por seu ex-marido, Filipe Iannie, segundo acusação.
O ex-genro de Valdemiro Santiago, Filipe Iannie, no entanto, está se defendendo da acusação e afirma que a Igreja Mundial do Poder de Deus está atolada em dívidas devido à má administração de Raquel, filha de Valdemiro.
Filipe Pires Iannie alegou em sua defesa que não recebeu os R$ 800 milhões em sua separação. Segundo Filipe, pelo contrário, são os Santiago que devem milhões às suas empresas e se recusam a pagar.
Pastor Valdemiro e os feijões que curavam covid-19
O Ministério Público Federal (MPF) identificou indícios de estelionato no caso do pastor Valdemiro Santiago de Oliveira, líder da Igreja Mundial do Poder de Deus (IMPD), que prometeu curar a Covid-19 por meio de sementes de feijão. Segundo o procurador Wellington Saraiva, o pastor usava sua influência religiosa para obter vantagens pessoais, induzindo as vítimas ao erro, uma vez que não há evidências conhecidas de cura da Covid-19 dessa forma. Diante disso, a Procuradoria Regional da República da 5ª Região, em Recife (PE), solicitou ao Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) que investigasse o caso e apresentasse denúncia contra o pastor. Até agora, aparentemente, nada aconteceu a Valdemiro Santiago sob o aspecto judicial.
De acordo com o procurador federal Wellington Cabral Saraiva, o vídeo divulgado, à época, pelo pastor deixava claro que ele se utilizava da influência religiosa e do aspecto místico da religião para obter vantagens pessoais, tanto para si mesmo quanto para a igreja. Ele induzia as vítimas ao erro ao anunciar a suposta cura da Covid-19 por meio das sementes de feijão, mesmo não havendo evidências conhecidas de que uma divindade possa realizar essa cura ou de que a ingestão ou plantação desses feijões mágicos tivesse tal poder.
O procurador ressalta que o pastor não mencionava explicitamente o pagamento, mas utilizava a palavra-código “propósito”. As vítimas não seriam instruídas a fazer pagamentos, mas a oferecer “propósitos”. Apesar da linguagem disfarçada, fica evidente o ardil: os fiéis deveriam pagar quantias predeterminadas para obter os feijões mágicos que supostamente poderiam curá-los da Covid-19, mesmo em casos graves, conforme afirma Wellington Cabral Saraiva.
No vídeo, o pastor Valdemiro Santiago mencionava a planta e solicitava um “propósito de R$ 1 mil” em troca dela. Veja o vídeo.
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