07 de fevereiro de 2023, 08:32h
A maquiagem contábil de R$ 20 bilhões nas Americanas foi a maior da história do Brasil e pode gerar grandes prejuízos aos acionistas da empresa. A empresa é controlada por Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles, três dos homens mais ricos do país.
De acordo com Luiz Cezar Fernandes, ex-sócio de Jorge Paulo Lemann, as maquiagens nos balanços da Americanas provavelmente começaram há muito tempo e foram uma maneira de criar lucro artificial para aumentar os dividendos.
Fernandes afirma que o processo de maquiagem foi levado ao extremo, incluindo o atraso no pagamento de fornecedores, esconder o passivo dos bancos, entre outros. Ele também destaca que Lemann e seus sócios se prepararam para a divulgação do rombo, deixando o conselho da empresa para não se comprometerem. Em vez disso, se atribui a eles a acusação de que inflavam os lucros, pagavam bônus aos executivos e distribuíam dividendos.
No entanto, a maquiagem citada por Luiz Cesar Fernandes, acabou sendo descoberta e provocou uma enorme queda no preço das ações da empresa. Nesse aspecto, Luiz Cesar Fernandes acha que uma ação mais rápida da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), ao escandaloso e rumoroso caso, poderia ter, em muito, amenizado a crise atual.
A respeito do controle da empresa, é citado em vídeo por Luiz Cesar Fernandes que Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira saíram do conselho de administração da empresa há muito tempo. Entretanto, ele ressalvou que Beto Sicupira continuou a mandar na empresa, mesmo tecnicamente não sendo o controlador.
O projeto de maquiagem contábil é uma fraude inaceitável e deve ser investigada ao máximo pelo Ministério Público e pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Além disso, é importante que os responsáveis sejam responsabilizados e que medidas sejam tomadas para evitar que situações semelhantes ocorram no futuro.
A maquiagem contábil nas Americanas, se for comprovada o uso de má fé, pode ter causado grande prejuízo aos acionistas e colocou em questão a reputação de três dos homens mais ricos do país.
Sobre a questão da regulação do mercado, Luiz Cesar Fernandes afirma que a “forte regulação” do mercado que existe hoje não preveniu o caso Americanas, e pode não prevenir a ocorrência de outros casos no futuro, e que, na visão dele, a auto regulação do setor seria mais efetiva para coibir novas ocorrências desse tipo.
Veja a entrevista de Luiz Cesar Fernandes ao Brasil 247.