Jornalista afirma que o destino de Trump e Bolsonaro selará o futuro dos Estados Unidos e do Brasil.

08 de abril de 2023, 18:15h

De acordo com a coluna da jornalista Miriam Leitão no Globo, tanto Jair Bolsonaro quanto Donald Trump deveriam enfrentar punições por atentar contra a democracia, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos. Leitão comenta que ambos os líderes são facilmente capazes de mentir, com a intenção de sobreviver politicamente.

Leitão ainda acrescenta que Bolsonaro continuará a sustentar versões falsas em relação ao desvio das joias das arábias, que ele queria manter em seus cofres. Ela afirma que Bolsonaro terá que enfrentar a justiça eleitoral e que, provavelmente, acabará sendo considerado inelegível pelo TSE. No entanto, ela argumenta que ele ainda deseja permanecer vivo politicamente por meio de herdeiros diretos ou indiretos.

Segundo a jornalista, o destino dos dois países está ligado ao destino de seus líderes. Ela defende que a justiça deve ser imparcial e não abrir exceções para nenhum deles. A impunidade seria uma herança perigosa para ambos os países, conclui Leitão.

As acusações que pesam contra Bolsonaro

Ex-presidente é acusado de crimes que vão desde incitar um golpe de Estado a genocídio dos povos indígenas e charlatanismo na pandemia. Entenda.

8 de Janeiro pode ter piores consequências

Numa das acusações mais recentes, Bolsonaro foi incluído no rol de investigados em inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF) que apura a responsabilidade pelos atos antidemocráticos do 8 de Janeiro. O inquérito 4.921, que apura a invasão das sedes dos Três Poderes, é o que pode ter as consequências mais graves para o líder da extrema direita brasileira.

O ex-presidente também responde a uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (Aije), ajuizada pelo PDT, por suposta prática de abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação durante evento com embaixadores estrangeiros no Palácio da Alvorada em julho de 2022. 

Em reunião transmitida por canais oficiais do governo, como a TV Brasil, e diversos canais nas redes sociais, em plena campanha política, Bolsonaro fez ataques ao sistema eleitoral e a autoridades do Poder Judiciário. A defesa do ex-presidente já tentou tirar o caso da corte eleitoral, sem sucesso.

No último dia 7 de fevereiro, o relator do processo, corregedor-geral eleitoral, ministro Benedito Gonçalves, negou o pedido de Bolsonaro para que a minuta do decreto de estado de defesa, encontrada na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres, fosse excluída da ação eleitoral.

Genocídio indígena

A eventual responsabilidade de Bolsonaro e de ações de seu governo pela tragédia yanomami também está sob apuração no Brasil e no Tribunal Penal Internacional (TPI), em Haia.

A pedido do ministro Luís Roberto Barroso, do STF, a Procuradoria-Geral da República, o Ministério Público Militar, o Ministério da Justiça e a Polícia Federal (PF) apuram se agentes do governo Bolsonaro e o então presidente teriam praticado crimes de genocídio e delitos ambientais que colocaram sob ameaça a vida, saúde a segurança diversas comunidades de povos originários.

Na petição 9.585, que tramita em sigilo no STF, Barroso determinou que sejam coletados documentos relacionados ao quadro de “absoluta insegurança dos povos indígenas envolvidos, bem como a ocorrência de ação ou omissão, parcial ou total, por parte de autoridades federais, agravando tal situação”, e que possam apontar eventual conivência do governo federal com o garimpo ilegal em áreas indígenas.

Denúncias em Haia

No total, tramitam no Tribunal Penal Internacional seis denúncias contra Bolsonaro. A primeira foi protocolada em novembro de 2019, pelo Coletivo de Advocacia em Direitos Humanos, por “crimes contra a humanidade” e “incitação ao genocídio dos povos indígenas”. O coletivo lista 33 medidas adotadas na administração Bolsonaro que teriam facilitado o genocídio de indígenas.

A segunda denúncia é de abril de 2020, apresentada ao TPI pela Associação Brasileira de Juristas pela Democracia, que busca responsabilizar Bolsonaro por “atitudes absolutamente irresponsáveis” na gestão da pandemia de covid-19 e pede que ele seja enquadrado em crime contra a humanidade por expor a vida de cidadãos brasileiros.

Outros inquéritos 

O ex-presidente ainda é alvo de cinco inquéritos que tramitam no Supremo, sob a relatoria do ministro Alexandre de Moraes, que ainda não decidiu se os enviará à primeira instância. 

Além do inquérito sobre o 8 de Janeiro, Bolsonaro é investigado em inquéritos que apuram vazamento de dados de investigação sigilosa da PF sobre ataque cibernético ao Tribunal Superior Eleitoral, associação falsa entre a vacina contra a covid-19 e o risco de contrair o vírus da aids, tentativa de interferência indevida na PF e vínculo com organizações para difusão de fake news sobre o processo eleitoral (milícias digitais e atos antidemocráticos).

A gestão do ex-presidente durante a pandemia também pode vir a ser objeto de condenações. Ele pode ser investigado no âmbito da Justiça Federal (sem prerrogativa de foro) pelos crimes referentes a omissão, emprego irregular de verbas orçamentárias e charlatanismo no combate à pandemia de covid-19, conforme apontou o relatório final da CPI da Pandemia.

Quais são as 34 acusações contra Trump e o que elas significam

Donald Trump não foi preso depois que o grande júri em Manhattan fez história na semana passada ao indiciar o ex-presidente por acusações criminais.

São 34 acusações de “falsificação de registros comerciais em primeiro grau”, e Donald Trump se declarou inocente no tribunal. Aqui o processo na íntegra (em inglês).

Veja as 34 acusações contra o ex-presidente

1- Falsificação de registros comerciais em primeiro grau
Trump teria inserido um registro falso no livro contábil para Donald J. Trump Revocable Trust, com o número do comprovante 842457, em 14 de fevereiro de 2017. 

2- Falsificação de registros comerciais em primeiro grau
Trump teria inserido um registro falso em livro contábil para Donald J. Trump Revocable Trust, com o número do comprovante 842460, mantido pela Organização Trump, em 14 de fevereiro de 2017. 

3 – Falsificação de registros comerciais em primeiro grau
Trump teria falsificado cheque de conta fiduciária revogável e canhoto de cheque datado de 14 de fevereiro de 2017, número 000138, mantido pela Organização Trump. 

4- Falsificação de registros comerciais em primeiro grau
O réu teria fraudado documentos para cometer ou ocultar outro crime, por meio de uma fatura falsa. Era uma fatura de Michael Cohen mas que seria pertencente ao Fundo Revogável de Donald J. Trump, mantida pela Organização Trump, datada de 16 de fevereiro de 2017.

5 – Falsificação de registros comerciais em primeiro grau
Com intenção de ocultar o cometimento de um crime ou fraude, Trump teria inserido um registro falso em livro contábil para Donald J. Trump Revocable Trust, com o número do comprovante 846907, mantido pela Organização Trump, em 17 de março de 2017. 

6 – Falsificação de registros comerciais em primeiro grau
Trump teria falsificado cheque de conta fiduciária revogável e canhoto de cheque datado de 17 de março de 2017, número 000147, mantido pela Organização Trump. 

7 – Falsificação de registros comerciais em primeiro grau
O réu teria fraudado documentos para cometer ou ocultar outro crime, por meio de uma fatura falsa. Era uma fatura de Michael Cohen mas que seria pertencente a Donald J. Trump, mantida pela Organização Trump, datada de 13 de abril de 2017.

8 – Falsificação de registros comerciais em primeiro grau
Com intenção de ocultar o cometimento de um crime ou fraude, Trump teria inserido um registro falso em livro contábil para Donald J. Trump, com o número do comprovante 858770, mantido pela Organização Trump, em 19 de junho de 2017. 

9 – Falsificação de registros comerciais em primeiro grau
Trump teria falsificado cheque de conta corrente datado de 19 de junho de 2017, número 002740, de Donald J. Trump, mantido pela Organização Trump. 

10 – Falsificação de registros comerciais em primeiro grau
O réu teria fraudado documentos para cometer ou ocultar outro crime, por meio de uma fatura falsa. Era uma fatura de Michael Cohen mas que seria pertencente a Donald J. Trump, mantida pela Organização Trump, datada de 22 de maio de 2017. 

11 – Falsificação de registros comerciais em primeiro grau
Com intenção de ocultar o cometimento de um crime ou fraude, Trump teria inserido um registro falso em livro contábil para Donald J. Trump, com o número do comprovante 855331, mantido pela Organização Trump, em 22 de maio de 2017.

12 – Falsificação de registros comerciais em primeiro grau
Trump teria falsificado cheque de conta corrente datado de 23 de maio de 2017, número 002700, de Donald J. Trump, mantido pela Organização Trump. 

13 – Falsificação de registros comerciais em primeiro grau
O réu teria fraudado documentos para cometer ou ocultar outro crime, por meio de uma fatura falsa. Era uma fatura de Michael Cohen mas que seria pertencente a Donald J. Trump, mantida pela Organização Trump, datada de 16 de junho de 2017. 

14 –Falsificação de registros comerciais em primeiro grau
Com intenção de ocultar o cometimento de um crime ou fraude, Trump teria inserido um registro falso em livro contábil para Donald J. Trump, com o número do comprovante 858772, mantido pela Organização Trump, em 19 de junho de 2017. 

15 – Falsificação de registros comerciais em primeiro grau
Com intenção de ocultar o cometimento de um crime ou fraude, Trump teria inserido um registro falso em livro contábil para Donald J. Trump, com o número do comprovante 858772, mantido pela Organização Trump, em 19 de junho de 2017.

16 – Falsificação de registros comerciais em primeiro grau
Trump teria falsificado cheque de conta corrente datado de 19 de junho de 2017, número 002741, de Donald J. Trump, mantido pela Organização Trump. 

17 – Falsificação de registros comerciais em primeiro grau
O réu teria fraudado documentos para cometer ou ocultar outro crime, por meio de uma fatura falsa. Era uma fatura de Michael Cohen mas que seria pertencente a Donald J. Trump, mantida pela Organização Trump, datada de 11 de julho de 2017. 

18 – Falsificação de registros comerciais em primeiro grau
Com intenção de ocultar o cometimento de um crime ou fraude, Trump teria inserido um registro falso em livro contábil para Donald J. Trump, sob o número do comprovante 861096, mantido pela Organização Trump, em 11 de julho de 2017. 

19 – Falsificação de registros comerciais em primeiro grau
Trump teria falsificado cheque de conta corrente datado de 11 de julho de 2017, número 002781, de Donald J. Trump, mantido pela Organização Trump. 

20 – Falsificação de registros comerciais em primeiro grau
O réu teria fraudado documentos para cometer ou ocultar outro crime, por meio de uma fatura falsa. Era uma fatura de Michael Cohen mas que seria pertencente a Donald J. Trump, mantida pela Organização Trump, datada de 1º de agosto de 2017. 

21 – Falsificação de registros comerciais em primeiro grau
Com intenção de ocultar o cometimento de um crime ou fraude, Trump teria inserido um registro falso em livro contábil para Donald J. Trump, sob o número do comprovante 863641, mantido pela Organização Trump, em 1º de agosto de 2017. 

22 – Falsificação de registros comerciais em primeiro grau
Trump teria falsificado cheque datado de 1º de agosto de 2017, número 002821, de Donald J. Trump, mantido pela Organização Trump. 

23 – Falsificação de registros comerciais em primeiro grau
O réu teria fraudado documentos para cometer ou ocultar outro crime, por meio de uma fatura falsa. Era uma fatura de Michael Cohen mas que seria pertencente a Donald J. Trump, mantida pela Organização Trump, datada de 11 de setembro de 2017. 

24 – Falsificação de registros comerciais em primeiro grau
Com intenção de ocultar o cometimento de um crime ou fraude, Trump teria inserido um registro falso em livro contábil para Donald J. Trump, sob o número do comprovante 868174, mantido pela Organização Trump, em 11 de setembro de 2017. 

25 – Falsificação de registros comerciais em primeiro grau
Trump teria falsificado cheque de conta corrente datado de 12 de setembro de 2017, número 002908, de Donald J. Trump, mantido pela Organização Trump. 

26 – Falsificação de registros comerciais em primeiro grau
O réu teria fraudado documentos para cometer ou ocultar outro crime, por meio de uma fatura falsa. Era uma fatura de Michael Cohen mas que seria pertencente a Donald J. Trump, mantida pela Organização Trump, datada de 18 de outubro de 2017. 

27 – Falsificação de registros comerciais em primeiro grau
Com intenção de ocultar o cometimento de um crime ou fraude, Trump teria inserido um registro falso em livro contábil para Donald J. Trump, sob o número do comprovante 872654, mantido pela Organização Trump, em 18 de outubro de 2017. 

28 – Falsificação de registros comerciais em primeiro grau
Trump teria falsificado cheque datado de 18 de outubro de 2017, número 002944, de Donald J. Trump, mantido pela Organização Trump. 

29 – Falsificação de registros comerciais em primeiro grau
O réu teria fraudado documentos para cometer ou ocultar outro crime, por meio de uma fatura falsa. Era uma fatura de Michael Cohen mas que seria pertencente a Donald J. Trump, mantida pela Organização Trump, datada de 20 de novembro de 2017. 

30 – Falsificação de registros comerciais em primeiro grau
Com intenção de ocultar o cometimento de um crime ou fraude, Trump teria inserido um registro falso em livro contábil para Donald J. Trump, sob o número do comprovante 876511, mantido pela Organização Trump, em 20 de novembro de 2017. 

31 – Falsificação de registros comerciais em primeiro grau
Trump teria falsificado cheque datado de 21 de novembro de 2017, número 002980, de Donald J. Trump, mantido pela Organização Trump. 

32 – Falsificação de registros comerciais em primeiro grau
O réu teria fraudado documentos para cometer ou ocultar outro crime, por meio de uma fatura falsa. Era uma fatura de Michael Cohen mas que seria pertencente a Donald J. Trump, mantida pela Organização Trump, datada de 1º de dezembro de 2017.

33 – Falsificação de registros comerciais em primeiro grau
Com intenção de ocultar o cometimento de um crime ou fraude, Trump teria inserido um registro falso em livro contábil para Donald J. Trump, sob o número do comprovante 877785, mantido pela Organização Trump, em 1º de dezembro de 2017. 

34 Falsificação de registros comerciais em primeiro grau
Trump teria falsificado cheque datado de 5 de dezembro de 2017, número 003006, de Donald J. Trump, mantido pela Organização Trump. 

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