O comércio em moedas nacionais entre Brasil e China beneficiará a economia mundial
31 de março de 2023, 18:45h
Na última quarta-feira (29), o Brasil e a China assinaram um acordo bilateral que estabelece o uso das moedas nacionais nas transações comerciais entre os dois países. Especialistas avaliam que essa medida aumenta a segurança das operações financeiras e pode reforçar as moedas locais. Além disso, esse acordo pode incentivar a retirada do dólar do comércio entre o Mercosul e a China.
A China é o maior parceiro comercial do Brasil e o Brasil é o nono maior parceiro comercial da China. Em 2022, o comércio bilateral atingiu US$ 171,49 bilhões, com um aumento de 4,9% em relação a 2021. As exportações do Brasil para a China somaram US$ 89,43 bilhões em 2022, o que representa 26,8% do total de suas exportações.
A mudança para moedas nacionais deve estimular a cooperação entre os países em alimentos e minerais, e abrir novas oportunidades para exportações bilaterais de bens de alto valor agregado. Citando a instabilidade do dólar, Brasília e Pequim criarão uma câmara de compensação para facilitar os acordos e empréstimos em reais e yuans.
A especialista em economia Chen Fengying afirmou que muitos países estão diversificando suas cestas de moedas por conta da crise financeira internacional e das flutuações do dólar. Além do Brasil e da China, a Rússia e os países do Oriente Médio também realizam o comércio em moedas locais através de acordos de swap.
Acredita-se que a conversão de investimentos em moedas locais aumentará a confiança dos agentes do mercado de capitais para o futuro e reduzirá os custos para as empresas. O Brasil é o maior destino de investimentos da China na América Latina.
O especialista russo Mikhail Belyaev acredita que a mudança para acordos comerciais em moedas nacionais pode encorajar outros parceiros chineses na América Latina a seguir o mesmo caminho. Ele afirmou que o Brasil se beneficia dessa mudança, pois o dólar é considerado “tóxico”.
O comércio em moedas nacionais contribuirá para a estabilização da economia mundial, afirmou Kirill Babaev, diretor do Instituto da China e Ásia Moderna da Academia de Ciências da Rússia. Com essa medida, o Brasil se torna o segundo país do Mercosul a realizar transações comerciais com a China em moedas nacionais. A China já realiza comércio em yuans com 25 países.
A assinatura desse acordo é um passo importante para aumentar a segurança das transações financeiras, além de contribuir para a estabilização da economia mundial. A mudança para moedas nacionais também pode incentivar outros países a seguir o exemplo do Brasil e da China.
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