Batom na cueca. O “tesouro” de R$ 16,5 milhões em joias foi cobrado em um ofício do dia 28 de dezembro de 2022, pela Presidência da República, assinado pelo tenente coronel Mauro César Cid, ajudante de ordens de Bolsonaro, e que é acusado de envolvimento em outras ilegalidades com o ex-presidente. A prova cabal de que a Presidência da República, na gestão Bolsonaro, tentou até o “último minuto do governo” pegar as joias desse grotesco escândalo. Um crime, se provado, de peculato.

07 de março de 2023, 17:15h

Matéria da Forum com inserções e modificações da Política em Debate.

O blog da jornalista Andréia Sadi teve acesso ao documento enviado à Receita Federal, assinado pelo tenente-coronel Mauro César Cid, chefe da Ajudância de Ordens da Presidência durante o mandato de Jair Bolsonaro, que exigia a liberação de um estojo de joias avaliado em R$ 16,5 milhões, e que foi dado como presente ao ex-presidente e sua esposa pelo governo da Arábia Saudita.

O estojo foi descoberto e apreendido pela Alfândega do Aeroporto de Guarulhos na mochila de um sargento da Marinha, assessor do ex-ministro de Minas e Energia, Almirante Bento Albuquerque, que tentava entrar com o presente de forma ilegal no país, para entregá-lo ao antigo chefe do Executivo federal.

Considerado o “grande amigo” de Bolsonaro durante seu mandato, Mauro César Cid assina o documento exigindo a liberação do presente milionário. Prova cabal da intenção clara, e em total arrepio das leis, de reaver o estojo de joias faltando 03 dias para o fim do mandato de Bolsonaro.

No ofício, Mauro Cid se dirige a Julio Cesar Vieira Gomes, o então secretário da Receita Federal, que era o chefe do órgão aduaneiro. Ele pedia a incorporação dos bens descritos, explicando que eles foram oferecidos à Bolsonaro. Depois de rodeios no texto, o tenente-coronel autoriza Jairo Moreira da Silva, sargento da Marinha, a retirar os bens, como se tivesse poder para obrigar a Alfândega a descumprir suas normas.

O Secretário da Receita Federal acatou “a ordem” vinda da Presidência de Bolsonaro. Entretanto, o servidor concursado da Receita Federal, que reteve as milionárias joias, se recusou a obedecer por infringir as leis do país.

Durante o governo Bolsonaro o mal feito era lugar comum. Burlar e tentar burlar as leis também. Mas o delegado Mario de Marco Rodrigues de Sousa mostrou a todo o Brasil o porquê da necessidade de se ter servidores concursados, com estabilidade, e que sejam independentes para cumprir as leis, apesar dos interesses mais obscuros de “autoridades de escalão superior”. Parabéns ao senhor De Marco.

Veja o documento:

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