Ex-Comandante da Aeronáutica diz que Bolsonaro tentou o golpe

Deu na mídia

Por Política em Debate I Brasília

Em 21/05/2025, 20h25 I Leitura 2 min

Em depoimento prestado ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quarta-feira (21), o ex-comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Júnior, confirmou a existência de reuniões para planejar um golpe de Estado após as eleições de 2022. Segundo Baptista Júnior, o então presidente Jair Bolsonaro teria discutido medidas para impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, incluindo a apresentação de duas versões de uma minuta com teor golpista aos comandantes das Forças Armadas.

Ex-comandante da FAB, brigadeiro Baptista Júnior, afirmou que o general Freire Gomes, então comandante do Exército, ameaçou prender Bolsonaro caso ele tentasse levar adiante o plano golpista.

Durante seu depoimento, Baptista Júnior afirmou que o general Freire Gomes, então comandante do Exército, ameaçou prender Bolsonaro caso ele tentasse levar adiante o plano golpista. “Confirmo [a ameaça], sim, senhor. O general Freire Gomes é educado e não falou com agressividade ao presidente. Foi isso que ele falou, com calma e tranquilidade: ‘Se você tentar isso, eu vou ter que lhe prender'”, relatou Baptista Júnior.

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O ex-comandante da Aeronáutica também mencionou que, em uma reunião no Ministério da Defesa em novembro de 2022, o então ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira, apresentou um documento que previa a não posse do presidente eleito. Baptista Júnior recusou-se a receber o documento e abandonou o encontro.

Baptista Júnior destacou, ainda, que o almirante Almir Garnier, então comandante da Marinha, demonstrou uma postura diferente, colocando as tropas da Marinha à disposição de Bolsonaro durante as discussões sobre medidas de exceção. Segundo o ex-comandante da Aeronáutica, Garnier “não estava na mesma sintonia e postura que eu e Freire Gomes”.

O depoimento de Baptista Júnior reforça as investigações da Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre a tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito, que resultaram na denúncia de Bolsonaro e outros sete ex-ministros e assessores próximos. O ex-presidente é apontado como líder e principal beneficiário da trama golpista.

Em análise sobre o depoimento, o jornalista Reinaldo Azevedo comentou que as declarações de Baptista Júnior confirmam a participação ativa de Bolsonaro na tentativa de golpe. Reinaldo ressaltou que o ex-comandante da Aeronáutica foi claro ao afirmar que Bolsonaro discutiu medidas para impedir a posse de Lula e que houve a apresentação de uma minuta com teor golpista.

O depoimento de Baptista Júnior é considerado um dos mais contundentes até o momento, evidenciando a gravidade das ações planejadas para subverter a ordem democrática no país. As investigações continuam em andamento no STF, com a expectativa de novos desdobramentos nos próximos dias.

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