
Por Política em Debate I Brasília
Em 06/05/2025, 17h05 I Leitura: 2 min
A recente controvérsia envolvendo o jovem pregador Miguel Oliveira, de 15 anos, revela as contradições e a intolerância presentes em setores das lideranças evangélicas brasileiras. Miguel tem enfrentado críticas severas e ataques pessoais, não apenas direcionados a ele, mas também à sua família.
Durante uma pregação, Miguel desabafou sobre as acusações que seus pais vêm recebendo nas redes sociais, sendo chamados de “pilantras” e acusados de incentivá-lo a enganar fiéis. Ele destacou que sua mãe luta contra um câncer há cinco anos e que seu pai sequer é evangélico. Além disso, o jovem relatou ter recebido ameaças de morte, e que pessoas armadas com canivetes compareceram a seus cultos, evidenciando o nível alarmante de hostilidade que tem enfrentado.

O episódio mais emblemático dessa perseguição ocorreu durante o Congresso dos Gideões, em Camboriú, Santa Catarina, onde Miguel foi expulso à força do evento. O pastor e deputado federal Marco Feliciano, presente no congresso, afirmou que Miguel “vem de uma família desestruturada“, mencionando ainda que a mãe do rapaz está doente, que seu pai não é evangélico, e que sua irmã seria “feiticeira”. Tais declarações, além de desrespeitosas, expõem uma tentativa de deslegitimar o jovem pregador por meio de ataques à sua família, utilizando estigmas e preconceitos que podem causar danos irreparáveis, especialmente à sua irmã, que agora pode ser alvo de bullying e discriminação em seu ambiente social e escolar. Uma atitude desumana e irresponsável. Cruel.

“O pecado do “Pastor Mirim” foi, ao que parece, pregar Cristo. A fé deve ser baseada em princípios de amor, compaixão e serviço ao próximo, e não em promessas de enriquecimento material em troca de contribuições financeiras.
Miguel Oliveira – o “Pastor Mirim” – tem se destacado por uma mensagem centrada no amor ao próximo e na solidariedade, valores fundamentais do cristianismo. Sua popularidade crescente pode ser vista como uma ameaça ao modelo de liderança baseado no autoritarismo e na busca por poder e riqueza.
O Pastor Caio Fábio em seu artigo intitulado “Caio, e a Teologia da Prosperidade?”, publicado em seu site oficial, Caio Fábio afirma:
“Não há teologia da prosperidade sem barganha com Deus. Toda tentativa de barganha com Deus é legalismo, pois estabelece a virtude humana como capital de troca, mesmo que seja na doação do dinheiro.” Caio Fábio” (Política em Debate)
A história do jovem Miguel Oliveira serve como um espelho para as lideranças religiosas, refletindo a necessidade urgente de introspecção e mudança. A juventude, o novo, não pode ser calada, massacrada, perseguida, humilhada. Jovens como Miguel Oliveira devem poder expressar sua fé sem medo de represálias, serem tratados de forma justa, acolhidos, e não destroçados de forma abominável.