23 de fevereiro de 2023, 18:25h
Segundo informações da colunista Mônica Bergamo, da Folha de São Paulo, Bolsonaro acredita que Zambelli fez um acordo com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, para reativar suas redes sociais e se salvar da possibilidade de prisão.
De acordo ainda com Bolsonaro, a parlamentar teria feito o acordo com Moraes para não se tornar ré no julgamento de um processo criminal que envolveu as prisões que aconteceram durante a pandemia.
Bolsonaro afirmou que Zambelli teria feito “um grande acordo” para manter a sua impunidade, enquanto outros presos não têm o mesmo tratamento. O Presidente também disse que, como consequência desta traição, a deputada teria sido retirada da liderança do seu governo.
Pessoas próximas a Bolsonaro alegam que o ex-mandatário chegou à conclusão da “traição” em 6 de fevereiro, quando o ministro Moraes deu permissão à Zambelli para ela voltar a acessar as suas mídias sociais. No entanto, elas – as pessoas próximas à Bolsonaro – classificam essas acusações como “paranoias” .
Nós cremos que é mais provável que essa acusação pública se trate de um jogo de cena para Bolsonaro se manter em evidência no noticiário nesse momento de quase ostracismo, prática aliás que Bolsonaro sempre foi mestre em empregar desde o tempo de deputado.
À jornalista Mônica Bergano, da Folha de São Paulo, Zambelli revelou também que foi ela quem tomou a iniciativa de estabelecer uma ponte de diálogo com o ministro Alexandre de Moraes. A parlamentar disse estar à disposição de Moraes para conversar e esclarecer qualquer dúvida.
Zambelli também fez questão ainda de ressaltar que, agora, não é hora de se envolver em impeachment contra o ministro do STF, visto que o seu substituto será indicado por Lula e, com isso, o risco de o país entrar em um novo patamar de problemas é grande.
A parlamentar bolsonarista deixou claro que sua prioridade é combater os feitos e desfeitos da administração de Lula, e não os de Bolsonaro, que, de acordo com ela, já não está mais no poder.
Zambelli também fez questão de ressaltar que é necessário que o povo brasileiro esteja vigilante e que, ao invés de entrar em manifestações, mantenha seu foco na preparação para as próximas eleições, que serão decisivas para o futuro do país.
A verdade, na nossa opinião, é que a extrema direita se sente orfã de Bolsonaro que teme ser preso no Brasil. A base bolsonarista na Câmara dos Deputados e no Senado está rachada e é pragmática. O que Bolsonaro lhes pode oferecer? Nada. Justo por isso Lula articula apoio desses parlamentares ao seu governo, em uma “bancada paralela” de até 70 deputados e 10 senadores.