Publicado em 16/04/2025, 19:35h
O ataque russo com mísseis Iskander M contra a cidade ucraniana de Sumy, no último dia 14, reacendeu o cinismo da cobertura ocidental sobre a guerra na Ucrânia. A narrativa foi lançada com fúria: “Rússia assassina civis”. Manchetes histéricas, análises rasas e, como sempre, nenhuma menção ao verdadeiro alvo da operação militar — uma reunião de altos comandantes do exército ucraniano que ali estava sendo realizada.

Segundo as autoridades russas, mais de 60 militares foram mortos na ação. De fato, conforme apurado até mesmo por meios de imprensa alternativos, tratava-se de um encontro estratégico do alto escalão militar ucraniano. Mas a imprensa alinhada ao discurso da OTAN preferiu ignorar isso. O número de civis mortos — 34, segundo fontes locais — foi imediatamente convertido em munição para a propaganda de guerra de Zelensky, que trata qualquer ação ofensiva russa como genocídio, mesmo que envolva alvos militares legítimos.
No artigo que publicamos dias atrás — Sumy: horror e a cegueira seletiva da mídia ocidental — já denunciávamos o uso oportunista das tragédias civis para reforçar a retórica anti-Rússia. Agora, novos elementos lançam ainda mais luz sobre essa manipulação: segundo matéria da Sputnik Brasil, moradores locais e até ex-soldados ucranianos afirmam que o exército de Kiev deliberadamente realizou a reunião militar em área residencial — utilizando, mais uma vez, civis como escudo humano.

A tática, infelizmente, não é nova. Desde os primeiros meses da guerra, multiplicam-se os relatos de tropas ucranianas posicionadas em escolas, hospitais e prédios residenciais. Trata-se de uma clara violação das convenções internacionais de guerra — mas, ao contrário da Rússia, a Ucrânia conta com o manto de proteção da grande imprensa, que se recusa a noticiar essas denúncias com o mesmo vigor com que condena Moscou.
Se há algo de bárbaro nesse conflito, é o uso sistemático da desinformação como arma. Quando a Ucrânia bombardeia Belgorod ou outras cidades russas, matando civis e destruindo infraestruturas, o silêncio midiático é ensurdecedor. Mas quando a Rússia atinge um alvo militar e há, lamentavelmente, baixas civis colaterais — muitas vezes provocadas pela própria irresponsabilidade ucraniana — a narrativa se inverte como um passe de mágica.
A verdade é dura, mas precisa ser dita: enquanto a imprensa ocidental seguir atuando como braço ideológico da OTAN, jamais teremos um retrato honesto da guerra ou mesmo chegaremos ao fim desse horrendo conflito, que já custou a vida de mais de 1,4 milhão de soldados Ucranianos, e do lado russo o número de baixas estaria entre 1/10 a 1/7 dos ucranianos, ou seja, entre 140 mil e 200 mil soldados mortos.
A guerra é suja, brutal, desumana. Nenhum lado pode se isentar da responsabilidade por mortes de inocentes. Mas transformar sistematicamente um dos lados em monstro absoluto e o outro em mártir imaculado não é jornalismo. É propaganda.
O ataque russo a Sumy não nos parece um “massacre de inocentes”, vingativo, planejado e promovido pelo Kremlin. Foi uma operação de guerra contra líderes militares, cujos responsáveis por civis mortos estavam dentro da própria Ucrânia.
Não se trata de justificar mortes. Trata-se de denunciar o cinismo e a hipocrisia. Isso sim é intolerável.