Publicado em 14/04/2025, 15:52h
Mais uma tragédia, mais uma narrativa seletiva. No dia 13 de abril de 2025, um prédio do centro da cidade de Sumy, no nordeste da Ucrânia, foi atingida por dois mísseis balísticos Iskander-M disparados pelas forças russas. O saldo: 34 mortos civis, 119 feridos, todos civis, e 60 mortos militares, os reais alvo do ataque de precisão,, número que, por si só, já choca e comove.
A mídia ocidental não perdeu tempo: manchetes dramáticas, imagens de destruição e ênfase total nas vítimas civis. Até aí, nada novo. Mas há um detalhe crucial omitido (ou convenientemente ignorado): segundo o Ministério da Defesa da Rússia, o alvo do ataque era uma reunião de altos comandantes militares ucranianos ocorrendo naquele exato local. De acordo com a nota oficial, – versão russa – tratava-se de uma ação de guerra direcionada a lideranças estratégicas — um ataque tático, com objetivo militar. E mesmo que se questione a legalidade ou a proporcionalidade da ação (como sempre se deve fazer), o fato é que a mídia dominante no Ocidente sequer menciona esse contexto. Prefere o roteiro simplificado: “Rússia assassina civis inocentes”. O objetivo, claro, de Zelensky e as lideranças ocidentais é chocar a opinião pública e, dessa forma, tentar sabotar os esforços de se por fim a esse conflito, esforços esses que vem sendo conduzidos pelo presidente Trump, em conversas com Putin e Zelensky.


O problema não é apenas a tragédia da guerra — que, por definição, já é uma coleção de horrores. O problema é a manipulação constante da percepção pública. Onde estavam as manchetes indignadas quando mísseis, drones kamikaze, e bombas aéreas guiadas ucranianas caíram sobre Belgorod, matando civis russos? Onde se leu nas manchetes, denúncias sobre civis russos sendo assassinados, à sangue frio, pelo exército ucraniano, em fuga da região de Kursk?
Silêncio. Omissão. Conivência.
A guerra é suja, brutal, desumana. Nenhum lado pode se isentar da responsabilidade por mortes de inocentes. Mas transformar sistematicamente um dos lados em monstro absoluto e o outro em mártir imaculado não é jornalismo. É propaganda.
Não há justificativa para a morte de civis, nunca. Mas há, sim, a obrigação ética de contextualizar os fatos. Quando se censura seletivamente as informações, se constrói uma versão artificial da realidade, alimentando o ciclo de ódio e impedindo qualquer possibilidade de diálogo ou resolução diplomática.
O ataque em Sumy é mais um exemplo de como a verdade é a primeira vítima de qualquer guerra — e a mídia, infelizmente, não tem sido a guardiã da verdade, mas sim sua algoz silenciosa.
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