(Contexto do conflito Rússia x Ucrânia -OTAN- iniciado pela administração Joe Biden/Boris Johnson)
Publicado em 12/04/2025, 18:40h
Nos últimos anos, o conflito na Ucrânia se consolidou como um dos principais pontos de inflexão da ordem geopolítica mundial, catalisando uma crise que transcende as fronteiras físicas do Leste Europeu. No epicentro dessa turbulência, assistimos ao desgaste militar de um país exaurido, a Ucrânia, usada pelo ocidente coletivo, capitaneado pelos Estados Unidos, e seus parceiros da OTAN, para tentar infringir uma derrota estratégica à Federação Russa. E isso não aconteceu. Muito pelo contrário.

Na entrevista concedida pelo analista militar russo, Andrei Martyanov ao professor, noruegues, Glenn Diesen, fica mais que claro os motivos pelo qual os Estados Unidos, sob a administração do presidente Trump, tenta por fim ao conflito, até porque já se sabe que os russos foram os grandes vencedores.
Andrei Martyanov, em suas considerações, nos mostra dados alarmantes sobre as perdas humanas em combate, e da fuga de milhões da Ucrânia. Ele fala que a população da Ucrânia hoje é de aproximadamente 50% daquela do início do conflito em 24 de fevereiro de 2022, – fruto do êxodo de parte da população, especialmente para os países europeus – e que o número de combatentes mortos, do lado ucraniano, são de 1,4 milhão, e ainda há mais de 2 milhões de feridos. Por outro lado, segundo Martyanov, as baixas em combate russas seriam de 1/12 a 1/10 da dos ucranianos, isto é, entre 117 mil e 140 mil baixas. Outras fontes, no entanto, citam que as baixas russas podem ser de até 1/7 da dos ucranianos, o que daria 200 mil mortos. De toda forma, é claro para qualquer um, que os russos estão dizimando o exército ucraniano, em uma proporção de, ao menos, 1/10. Uma máquina de extermínio.
Enquanto isso acontece, na contramão dos esforços – para salvar a honra dos EUA – de Trump, algumas das mais abjetas lideranças europeias, em especial as do Reino Unido e da França, tentam sabotar esses esforços de paz, com o claro objetivo de que se prossiga, sem fim, esse extermínio. Horrendo.
Não há mais como as mídias corporativas do ocidente: BBC, EuroNews, AFP, CNN e outras, iludirem a opinião pública ocidental, de que a Ucrânia está vencendo. Não é mais possível iludir ninguém. Na verdade, nesse momento, aquelas mídias sem mais tentam inventar ou distorcer narrativas fajutas, fantasiosas, ufanistas. Viraram pó, se esfacelaram as narrativas cuidadosamente construídas pelo Ocidente ao longo do tempo. E em meio a esse cenário, emergem vozes que desafiam o discurso hegemônico e nos convidam a repensar, com mais crueza e menos ilusão, os rumos dessa guerra e seus desdobramentos.
Andrei Martyanov, analista militar, ex-oficial da marinha soviética, autor de diversos livros sobre estratégia e colapso da supremacia militar ocidental, e figura respeitada entre círculos de análise alternativa à mídia mainstream, nos traz essa perspectiva única. Em uma entrevista reveladora conduzida pelo professor Glenn Diesen — renomado especialista em geopolítica e segurança euroasiática — Martyanov oferece uma leitura contundente, direta, crua, do atual estágio do conflito ucraniano.
Martyanov deixa claro que, na sua visão, o que está ocorrendo é a destruição metódica do exército ucraniano que, de fato, opera como uma força-tarefa da OTAN, completamente equipada e coordenada pelo Ocidente. Segundo ele, a guerra já teria sido perdida militarmente pelo que chama de “ocidente coletivo” desde 2023 — e o que resta agora é um lento processo de acomodação dos fatos, enquanto os países da OTAN tentam salvar as aparências e contornar uma humilhação histórica.
A entrevista, com duração de quase cinquenta minutos, vai muito além da simples análise de movimentações táticas. Martyanov discute o papel das armas hipersônicas russas, a falência da capacidade industrial e militar da OTAN, o impacto dos drones FPV no campo de batalha, e a transformação profunda da doutrina militar russa. Ao mesmo tempo, ele denuncia as ilusões cultivadas por elites políticas e midiáticas ocidentais, cuja desconexão com a realidade operacional teria contribuído para o colapso do exército ucraniano.

Talvez um dos momentos mais impactantes da entrevista esteja na forma direta como Martyanov trata da mudança de identidade geopolítica da Rússia. Para ele, o Ocidente — especialmente a Europa continental e o Reino Unido — tornou-se um “objeto” irrelevante nas relações internacionais, sem capacidade real de negociação. A Rússia, diz ele, não deseja mais nenhum tipo de reaproximação com a Europa contemporânea, a qual vê com desprezo crescente. A única interlocução possível seria com os Estados Unidos, ainda que para Moscou os EUA tenha pouco a oferecer, além de uma saída simbólica que evite uma humilhação total.
Ao longo da entrevista, Glenn Diesen oferece contrapontos ponderados e instigantes, mas sem esconder o tom sombrio que permeia toda a análise. É um diálogo para ser ouvido com atenção, não apenas por quem busca compreender os desdobramentos da guerra na Ucrânia, mas também por aqueles que se preocupam com o colapso de um sistema internacional que parecia estável e que agora desmorona diante de nossos olhos. Bem vindo ao mundo multipolar.
🔗 O vídeo completo da entrevista pode ser assistido no YouTube, com o título: “Interview with Andrei Martyanov | Glenn Diesen”
Excelente entrevista da perspectiva de um estrategista militar russo sobre a operação especial da Rússia na Ucrânia. O entrevistador é o renomado professor Gleen Diesen.
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