Ontem o Correio Braziliense publicou que a PF iria concluir o inquérito sobre 8 de janeiro ainda nesta semana. E não eu outra. Hoje está sendo noticiado pelos vários veículos de comunicação, dentre eles a Reusters, que a Polícia Federal indiciou o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro e mais 36 ex-integrantes do seu governo no inquérito da tentativa de golpe de estado contra o presidente eleito à época. O plano incluía ainda o assassinato tanto de Lula, seu vice Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes.

Publicado em 21/11/2024, 18:20h

As Investigações da PF inclui todo o período do mandato do ex-presidente Bolsonaro onde se encontrou provas da tentativa de golpe de Estado, que culminou com o atentado terrorista e baderna bolsonarista em 08 de janeiro de 2023. O relatório tem mais de 700 páginas e inclui o planejamento do assassinato de Lula, do vice eleito Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes.

Como resultado do inquérito, a Polícia Federal indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro e outras 36 pessoas por envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Entre eles estão figuras proeminentes como o general da reserva Walter Braga Netto, candidato a vice na chapa de Bolsonaro em 2022; os ex-ministros Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), Anderson Torres (Justiça) e Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira (Defesa); o ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e atual deputado federal Alexandre Ramagem; o ex-comandante da Marinha, almirante Almir Garnier Santos; e Valdemar Costa Neto, presidente do PL, partido de Bolsonaro.

A investigação revelou que o grupo articulou um plano para assassinar o então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, seu vice Geraldo Alckmin e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. A conspiração fazia parte de um golpe maior, que visava desestabilizar o governo eleito e impedir a posse dos novos mandatários. Bolsonaro tinha conhecimento do plano, e o grupo atuava de maneira organizada, com divisão de tarefas e estratégias para viabilizar ações golpistas.

A trama envolvia núcleos distintos: um focado em disseminar desinformação e atacar a credibilidade do sistema eleitoral; outro responsável por incitar militares a aderirem ao golpe; e ainda grupos encarregados de ações operacionais, suporte jurídico, inteligência paralela e execução de medidas coercitivas. Além da agora descoberta trama envolvendo os “kids pretos” do assassinato de Lula, Alckmin e Moraes.

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Durante as investigações, que duraram quase dois anos, a Polícia Federal utilizou diversos meios para reunir provas, incluindo quebras de sigilo telemático, telefônico, bancário e fiscal, além de colaborações premiadas, buscas e apreensões, em especial do tenente Coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordem de Bolsonaro. Os investigados foram indiciados por crimes como abolição violenta do Estado Democrático, tentativa de golpe de Estado e organização criminosa.

O documento da PF, com mais de 700 páginas, segue agora para o ministro Alexandre de Moraes que decidirá sobre o encaminhamento ao procurador-geral da república. Caberá ao Procurador decidir se apresenta denúncia, arquiva o caso ou solicita novas diligências. As descobertas reforçam as acusações contra Bolsonaro e seus aliados, representando um novo golpe em suas pretensões políticas, como a tentativa de anular a decisão do Tribunal Superior Eleitoral … que o tornou inelegível. É importante frisar também que o plano da bancada da ultra direita em promover uma prévia anistia a Bolsonaro e demais conspiradores defitivamente está enterrada. O PT pediu na Câmara o arquivamento da matéria.

As defesas de Bolsonaro e dos demais envolvidos ainda não se manifestaram de forma conclusiva sobre o indiciamento, mas a gravidade das acusações e a abrangência das provas levantadas pela Polícia Federal aumentam a pressão jurídica e política sobre os acusados. O caso expõe uma rede organizada de conspiração contra o sistema democrático brasileiro, com planos que, se bem-sucedidos, teriam colocado em risco a estabilidade do país e a integridade das instituições democráticas.

A lista completa dos 37 indiciados inclui:

  1. Jair Messias Bolsonaro – ex-presidente da República
  2. Walter Souza Braga Netto – general da reserva e ex-ministro da Defesa
  3. Augusto Heleno Ribeiro Pereira – general da reserva e ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI)
  4. Anderson Gustavo Torres – ex-ministro da Justiça
  5. Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira – general da reserva e ex-ministro da Defesa
  6. Alexandre Rodrigues Ramagem – ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (PL-RJ)
  7. Almir Garnier Santos – almirante de esquadra e ex-comandante da Marinha
  8. Valdemar Costa Neto – presidente do Partido Liberal (PL)
  9. Filipe Garcia Martins – ex-assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência
  10. Ailton Gonçalves Moraes Barros – advogado e ex-major do Exército
  11. Alexandre Castilho Bitencourt da Silva – coronel do Exército
  12. Amauri Feres Saad – coronel do Exército
  13. Anderson Lima de Moura – tenente-coronel do Exército
  14. Angelo Martins Denicoli – coronel do Exército
  15. Carlos José Ribeiro de Souza – coronel do Exército
  16. Carlos Roberto de Santana – coronel do Exército
  17. Cláudio Mendes dos Santos – major do Exército
  18. Eduardo Villas Bôas – general da reserva e ex-comandante do Exército
  19. Élcio Franco – coronel da reserva e ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde
  20. Fábio Wajngarten – ex-secretário de Comunicação Social da Presidência
  21. Flávio Augusto Viana Rocha – almirante de esquadra
  22. Gilson Libório de Oliveira Mendes – coronel do Exército
  23. Hélio Ibiapina – coronel do Exército
  24. Jorge Francisco de Oliveira – general da reserva
  25. José Ricardo Pereira Cabral – coronel do Exército
  26. Luiz Eduardo Ramos Baptista Pereira – general da reserva e ex-ministro da Secretaria de Governo
  27. Luiz Fernando Baganha – coronel do Exército
  28. Marcelo Vieira de Mello – coronel do Exército
  29. Mauro Cesar Barbosa Cid – tenente-coronel do Exército e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro
  30. Max Guilherme Machado de Moura – major do Exército
  31. Otávio Santana do Rêgo Barros – general da reserva e ex-porta-voz da Presidência
  32. Paulo Jorge de Almeida – coronel do Exército
  33. Pedro Cesar Sousa – subchefe para Assuntos Jurídicos da Presidência
  34. Ricardo José Nigri – coronel do Exército
  35. Roberto Sebastião Peternelli Junior – general da reserva e deputado federal (PL-SP)
  36. Sérgio José Pereira – general da reserva
  37. Wellington Moreira Franco – ex-ministro de Minas e Energia

Essa lista foi divulgada pela Polícia Federal e está disponível em fontes como o G1.

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