Em 01 de outubro de 2024, o Irã lançou um ataque sem precedentes contra Israel, disparando entre 180 e 200 mísseis balísticos em duas ondas sucessivas. Este ataque, considerado o maior já realizado pelo Irã contra Israel, foi justificado pela liderança Iraniana como uma resposta à Israel pelo assassinato do lider do Hezbollah Masoud Pezeshkian.

Não entre em confronto com o Irã, disse o presidente Iraniano após o ataque a Israel. Os Iranianos reivindicaram que seu ataque com mísseis e drones teve um sucesso de 90%, o que não foi confirmado por Israel.

Publicado em 13/11/2024, 20:10h

Os mísseis iranianos miraram bases aéreas cruciais para a segurança israelense, incluindo a base de Negev e a de Tafid, onde estão abrigados jatos F-35, cada um avaliado em cerca de 100 milhões de dólares. Além disso, a sede da agência de inteligência Mossad, em Tel Aviv, também esteve na mira dos ataques. O Irã utilizou o míssil hipersônico Fatah-2, uma arma com alta capacidade de evasão, além do modelo Shahab-3, conhecido por seu alcance médio e carga explosiva pesada.

A Tecnologia dos Mísseis Hipersônicos

Os mísseis hipersônicos representam uma nova era na tecnologia de combate. Viajam a velocidades acima de Mach 5, o que significa mais de cinco vezes a velocidade do som. Esses mísseis podem mudar de trajetória em vôo, tornando extremamente desafiador para os sistemas de defesa anti aérea, como o patriot na Ucrânia, o arrow e o domo de ferro, em Israel, os interceptarem.

Na Ucrânia, por exemplo, se relata que a bateria do sistema patriot deixou de ser utilizada para interceptar os mísseis Russos Kinzhal pelo simples fato que eram empregados mais de 40 mísseis patriot para abater um único míssel kinzhal, isto é, um custo proibitivo. O custo de um único míssil do sistema Patriot é de cerca de US$ 4 milhões, enquanto que o custo de uma bateria do sistema é de cerca de US$ 1 bilhão. E essas baterias frequentemente são destruídas pelos ataques Russos. O Kh-47M2 Kinzhal é um míssil balístico hipersônico russo que pode atingir velocidades de mais de 12 mil quilômetros por hora (Mach 10). O nome Kinzhal significa “punhal” ou “adaga” em russo. 

Além a Rússia, China e Irã não há nenhum outro país que detenha a tecnologia de armamentos operacionais hipersônicos. Os Estados Unidos estão em uma corrida contra o tempo para desenvolver esse tipo de armamento, tanto para ataque quanto para defesa.

O Sistema de Defesa Israelense e Seus Desafios

Israel possui um dos sistemas de defesa mais complexos e robustos do mundo, com três camadas principais: o sistema Arrow-3, para interceptação de mísseis de longo alcance; o David’s Sling, para ameaças de médio alcance; e o Iron Dome, destinado a ataques de curto alcance. No entanto, a eficácia desse sistema foi comprometida pela capacidade de manobra em vôo dos mísseis iranianos.

Quando os veículos planadores dos mísseis Fatah-2 se separaram dos foguetes, passaram a realizar mudanças de trajetória que confundiram as defesas israelenses. Os sistemas antimísseis, incapazes de prever os movimentos desses planadores, falharam em interceptá-los, e os mísseis conseguiram atingir seus alvos. Isso expôs uma importante limitação das defesas israelenses contra armas hipersônicas, que não foram projetadas para lidar com manobras tão imprevisíveis em altíssima velocidade.

Os Custos Elevados do Conflito

O impacto financeiro desse confronto é significativo. Estima-se que o Irã tenha gasto mais de 200 milhões de dólares no lançamento dos mísseis e drones. Em contrapartida, Israel precisou investir cerca de 1 bilhão de dólares em sua defesa. Apenas um míssil do sistema Arrow-3, por exemplo, custa aproximadamente 2,5 milhões de dólares, enquanto o David’s Sling custa em torno de 1 milhão cada. O Iron Dome, apesar de mais econômico, custa entre 20 mil e 100 mil dólares por míssil. Em comparação, os mísseis balísticos do Irã têm um custo unitário de cerca de 200 mil dólares, e os drones utilizados variam entre 2 mil e 50 mil dólares.

Reflexões sobre o Futuro da Defesa

O uso eficaz de mísseis hipersônicos pelo Irã coloca em evidência a necessidade de adaptação das defesas antimísseis tradicionais. Este ataque ressaltou a importância de se investir em tecnologias capazes de acompanhar a evolução das ameaças hipersônicas. Além disso, o episódio levanta questões sobre a escalada de custos na defesa e a sustentabilidade econômica de sistemas caros e sofisticados.

No cenário geopolítico atual, esse confronto entre o Irã e Israel é um exemplo claro do papel crescente das armas hipersônicas nos conflitos modernos. A batalha pela superioridade tecnológica continua, e os países que conseguirem aliar eficácia de defesa com custo-benefício terão uma vantagem estratégica.

Um vídeo a seguir descreve, em detalhes, como Irã superou as defesas de Israel com o emprego dos seus mísseis hipersônicos.

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