Desde o início do conflito entre a Federação Russa e a Ucrânia em 2022, os Estados Unidos têm fornecido assistência significativa à Ucrânia, incluindo transferências financeiras, empréstimos e fornecimento de armamentos. Até novembro de 2024, o total de ajuda dos EUA à Ucrânia é estimado em US$ 113 bilhões.

Publicado em 13/11/2024, 12:21h

O presidente eleito Donald Trump vem repetidamente criticando o nível de apoio dos EUA ao esforço de guerra Ucraniano. Ele prometeu acabar com o conflito antes de assumir o cargo em janeiro, sem explicar como. Trump também teria sugerido que a Ucrânia terá que ceder parte do seu território à Rússia para fazer um acordo e acabar com o conflito, uma opção que a Ucrânia descartava até Trump ser eleito presidente vencendo Kamala Harris. Outro fato notório, público, são as críticas de Trump a Zelensky, especialmente no decorrer de sua campanha eleitoral. Com frequência Trump chamava Zelensky de “o maior vendedor da Terra”. E dizia que toda vez que Zelensky ia aos Estados Unidos saía de lá com US$ 50 bilhões.

O coronel Douglas MacGregor, conhecido por sua postura crítica em relação ao envolvimento da administração Biden na guerra Rússia x Ucrânia, expõe suas preocupações quanto aos enormes recursos financeiros e materiais gastos pelos Estados Unidos. Ele argumenta que bilhões de dólares foram enviados com o objetivo de fortalecer a Ucrânia em seu enfrentamento com a Rússia, mas que grande parte desse auxílio se perde em esquemas de corrupção e desvio de equipamentos e fundos.

MacGregor sugere que o envolvimento norte-americano é marcado pela falta de transparência e supervisão, resultando em desperdício de uma quantidade imensa de dinheiro público, com pouco ou nenhum impacto positivo para os cidadãos ucranianos ou para o progresso no campo de batalha.

MacGregor alega que entre 25% e 33% dos equipamentos militares e materiais fornecidos pela ajuda ocidental à Ucrânia acabam no mercado negro. Este desvio substancial, segundo ele, acaba beneficiando elites e alimentando redes de corrupção. Equipamentos de alto valor, como armas antitanque, drones e outros armamentos, estariam sendo vendidos pelos maiores lances no mercado negro, caindo nas mãos de organizações criminosas, a até grupos ou estados desonestos na Europa Oriental. A proliferação dessas armas avançadas para atores não-estatais representa uma grave ameaça à segurança global.

Para MacGregor, esses desvios indicam uma falha sistêmica na forma como os EUA e outros países ocidentais distribuem ajuda à Ucrânia. Não se preocupando com o estabelecimento de mecanismos de monitoramento e controle necessários para garantir que esses recursos realmente cheguem ao destino planejado. Ele expressa o receio de que a ajuda ocidental à Ucrânia, ao invés de proteger a soberania ucraniana, esteja fortalecendo um sistema corrupto. As elites ucranianas, segundo ele, têm usado os fundos para enriquecimento próprio, deixando a população civil sem acesso ao suporte que deveria lhes proporcionar maior segurança e condições de sobrevivência durante a guerra.

MacGregor ainda argumenta que a corrupção do regime Ucraniano não é somente institucionalizada, mas que o governo de Zelensky opera com uma postura que lembra regimes autoritários. Parlamentares e líderes militares são amplamente beneficiados por incentivos financeiros, o que, em sua visão, explica o apoio contínuo a Zelensky mesmo em momentos críticos e com falhas na estratégia militar. Esse contexto de “compra de apoio” resulta em um cenário de poder público mantido à base de compensações financeiras.

MacGregor também descreve como o ambiente de guerra na Ucrânia tem se tornado opressivo para os cidadãos comuns. Os Jovens e todos aqueles que o aparato policial-militar entende estarem aptos à luta, são frequentemente capturados à força, retirados das ruas e enviados ao combate. Essas ações, para MacGregor, lembram práticas dos regimes soviéticos, que utilizavam métodos coercitivos para enviar recrutas ao front. Ele menciona a atuação da NKVD, a polícia secreta soviética, famosa por executar soldados que recusavam ir para o combate, estabelecendo um paralelo com a postura atual das forças armadas ucranianas. Segundo ele, o governo de Zelensky aplica táticas semelhantes, recrutando à força e punindo severamente os que tentam escapar do serviço militar. Essa descrição aponta para uma militarização forçada da sociedade, onde a dissidência é suprimida e a obediência é imposta por meio de medidas violentas ou intimidadoras.

O coronel faz uma crítica mais incisiva à figura de Zelensky, ao descrevê-lo como um líder com tendências autoritárias, que ele compara a um “bolchevista”. Essa comparação sugere que Zelensky estaria governando com traços de autoritarismo e centralização do poder, mais preocupado em controlar a população e eliminar a oposição do que em promover o bem-estar público. MacGregor argumenta que, sob o pretexto de garantir a segurança nacional, Zelensky tomou medidas que restringem a liberdade de expressão e limitam o acesso à informação. Esse controle sobre a mídia e a oposição política, segundo ele, são estratégias para silenciar críticas e consolidar o poder de forma quase ditatorial. Para MacGregor, a postura de Zelensky representa uma ameaça ao ideal de uma Ucrânia democrática e independente, transformando o país em um “estado de guerra” onde as liberdades individuais e os direitos civis são negligenciados. Cabe lembrar que Zelensky é considerado um governante ilegítimo. Sob a argumentação da Ucrânia estar em estado de guerra, Zelensky não permitiu que o processo eleitoral de escolha para uma nova presidência fosse realizado em 2024. Dessa forma Zelensky maculou o processo democrático, sob ao silêncio cúmplice dos países do ocidente.

MacGregor ainda faz um alerta. Em sua opinião, Zelensky não abandonará a liderança enquanto houver condições para permanecer, mesmo que a guerra prolongada leve a um cenário de caos para o povo ucraniano. O coronel conclui as suas críticas com um pedido para que o Ocidente reavalie sua postura em relação à Ucrânia. Ele sugere que, se o objetivo dos EUA e dos aliados é realmente apoiar a soberania ucraniana, é imperativo que haja uma supervisão mais rigorosa dos recursos enviados. Do contrário, o conflito poderá se transformar em uma situação em que imensos recursos financeiros e humanos são desperdiçados em um ciclo de corrupção que beneficia poucos e mantém o povo ucraniano em sofrimento. A visão de MacGregor é que a ajuda ocidental, sem uma visão estratégica e controle adequado, acabará por fortalecer apenas uma elite política e militar, enquanto os cidadãos comuns continuarão a pagar o preço de uma guerra com um fim incerto.

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