Publicado em 01/11/2024, 12:10h
A FAB-3000 é uma bomba desenvolvida pela Rússia, projetada para causar danos extensivos a alvos de grande dimensão, como estruturas militares, bunkers, pistas de aeroportos, entre outros alvos fortificados. A FAB-3000 é uma bomba convencional de alto explosivo e cria uma poderosa onda de choque e fragmentação ao atingir seu alvo. A carga de explosivos é de alta densidade, mas sem o mecanismo de combustão secundária característico das bombas termobáricas.
Uma das principais características da FAB-3000 é a integração com um módulo planador de correção de alvo, o que transforma esta bomba em uma arma de precisão elevada. O módulo consiste em superfícies de controle e um sistema de navegação que, juntos, proporcionam um alcance ampliado para a bomba, permitindo que ela plane a longas distâncias após ser liberada da aeronave, que pode ser uma caça bombardeiro Russo como o Sukoi SU34 ou SU35.
Esse sistema de correção é orientado por um sistema de navegação GPS e, em algumas variantes, por sistemas de orientação inercial ou a laser, o que possibilita precisão de impacto na casa de metros, mesmo em ataques de longo alcance e permite a redução da dependência exclusiva de precisão por parte do piloto da aeronave lançadoras, aumentando as chances de acerto no alvo designado, mesmo em condições meteorológicas adversas ou em cenários de interferência eletrônica.
A FAB-3000 representa uma evolução significativa em termos de armas convencionais de grande impacto, proporcionando uma combinação letal de alcance estendido, precisão e destruição, elementos essenciais para o cenário de combate moderno.
O campo de batalha do Donbass e da Ucrânia tem servido de laboratório para experimentos em condição real também de armamentos termobáricas que utilizam uma mistura de combustível e ar atmosférico para gerar uma explosão com uma pressão extremamente elevada e duradoura, aumentando o tempo da onda de choque e provocando uma expansão que consome oxigênio do ambiente. Este tipo de explosão é especialmente devastador em espaços confinados, como cavernas ou bunkers, e é projetada para causar impactos de longo alcance em alvos protegidos.
A Rússia tem empregado diversas armas termobáricas, conhecidas por seu alto poder destrutivo. Um dos principais sistemas utilizados é o TOS-1A, também chamado de “Buratino”. Este lançador múltiplo de foguetes é capaz de disparar munições termobáricas que, ao explodirem, criam uma onda de choque intensa e uma bola de fogo, consumindo o oxigênio da área afetada e causando danos severos a estruturas e pessoas.
Além do TOS-1A, a Rússia possui outras munições termobáricas em seu arsenal, como as bombas KAB-500-OD e ODAB-500PM. Essas bombas aéreas são projetadas para destruir fortificações, bunkers e outras estruturas reforçadas.
O uso dessas armas tem sido amplamente documentado e criticado por organizações internacionais devido aos efeitos devastadores e ao potencial de causar altas baixas civis, especialmente em áreas urbanas densamente povoadas. Entretanto, a mais temida dessas armas é a ODAB-9000, uma bomba termobárica russa de alta potência, frequentemente referida como “o pai de todas as bombas” devido ao seu enorme poder destrutivo.
Recentemente, surgiram relatos de que a Rússia teria utilizado a ODAB-9000 em ataques na Ucrânia, especificamente na cidade de Vovchansk, na região de Kharkiv. Imagens divulgadas mostraram uma explosão significativa, levando a especulações sobre o uso dessa bomba. No entanto, autoridades ucranianas negaram essas alegações, afirmando que não há evidências do emprego da ODAB-9000 nesse contexto.
O uso da ODAB-9000 requer aeronaves específicas, como bombardeiros estratégicos, em função do seu enorme peso (9000Kg), cuja presença não foi confirmada na região durante os ataques mencionados. Portanto, embora a ODAB-9000 faça parte do arsenal russo, não há confirmações concretas de seu uso no conflito atual na Ucrânia. Houve especulações de que os russos poderiam municiar um míssil tipo ICBM, retirando parte de seu combustível, para alocar como ogiva a ODAB-9000, evitando dessa forma o perigo de um bombardeiro pesado poder ser derrubado pelos sistemas de defesa ucranianos ao tentar “entregar” a bomba no alvo escolhido. Mais uma vez não há evidências que isso tenha ocorrido Essa combinação seria tecnicamente desafiadora e não alinhada com as capacidades e propósitos de ambos os sistemas. A ideia de equipar um ICBM com a ODAB-9000 parece ser especulativa e carece de fundamento.
O vídeo mostrado a seguir ilustra o poder destruidor da bomba FAB-3000 em Kharkiv.
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