História por Reuters
Brasília (Reuters) – O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou em um evento de negociação do governo com entidades do funcionalismo público que o novo governo pretende retirar a “granada do bolso” dos servidores públicos. Ele se referiu à fala do ex-ministro da Economia, Paulo Guedes, que havia dito em 2020 que o governo havia colocado a “granada no bolso do inimigo” ao congelar os salários dos funcionários públicos durante a pandemia.
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Haddad considerou a frase de Guedes como uma das cenas mais vergonhosas que já presenciou. Ele próprio é servidor público estadual e professor na Universidade de São Paulo, e afirmou que sabe o que é não receber nenhum tipo de atendimento ou consideração por anos. Segundo ele, o pior é ser demonizado pelos que deveriam estar cuidando da sociedade.
O ministro enfatizou a importância de valorizar e respeitar os servidores públicos, que são peças-chave na prestação de serviços à sociedade. Ele afirmou que o novo governo tem como objetivo melhorar as condições de trabalho e remuneração desses profissionais.
A declaração de Haddad mostra o compromisso do novo governo em tratar os servidores públicos com respeito e dignidade. Ele espera que a negociação com as entidades do funcionalismo público possa resultar em soluções que atendam às necessidades desses profissionais.
Durante o governo Bolsonaro houve um tratamento diferenciado em relação aos reajustes salariais entre militares e servidores públicos. Os militares receberam reajustes salariais elevados tanto em 2019 quanto em 2021, enquanto aos demais servidores públicos nada ou quase nada receberam, em uma demonstração clara de cooptação dos militares via oferta de polpudos reajustes salariais. Isso se deu apesar da precária situação da economia e da elevada inflação, que nos 3 primeiros anos do governo Bolsonaro se situou ligeiramente acima 10%, retrocedendo em 2022 para 7,5% por conta da chamada PEC das bondades.
- Reajuste de 5,5% em fevereiro de 2019, aplicado a todos os militares da ativa, inativos e pensionistas.
- Reajuste de 4,75% em agosto de 2019, aplicado a todos os militares da ativa, inativos e pensionistas.
- Reajuste de 4% em janeiro de 2020, aplicado a todos os militares da ativa, inativos e pensionistas.
- Reajuste de 4% em julho de 2020, aplicado a todos os militares da ativa, inativos e pensionistas.
- Reajuste de 4% em janeiro de 2021, aplicado a todos os militares da ativa, inativos e pensionistas.
O apoio incondicional ao governo Bolsonaro foi à “peso de ouro” quando o assunto foi o reajustamento para os generais. Os vencimentos dos generais foram equiparados à dos ministros de Estado. Antes dessa equiparação, ocorrida também em 2019, os vencimentos dos generais eram substancialmente menores do que a dos ministros.
E assim, cumprindo a “promessa de campanha de Bolsonaro”, os salários de generais do Exército, almirantes da Marinha e tenentes-brigadeiros, que eram de R$ 22.631,28, com gratificações, subiram para R$ 30.175,04 em 2019. Em 2021 esses vencimentos subiram novamente para, ao menos, R$ 39.293,32, teto salarial dos ministros de estado naquele ano.