Mais um crime de lesa pátria contra o Povo Brasileiro. Até quando?

10 de abril de 2023, 20:10h

A Associação Nacional dos Petroleiros Acionistas Minoritários da Petrobrás (Anapetro) planeja acionar a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e o Tribunal de Contas da União (TCU) para investigar possíveis irregularidades na venda da Unidade de Industrialização do Xisto (SIX) em São Mateus do Sul, Paraná. Essas medidas se somam à ação judicial da Federação Única dos Petroleiros (FUP) com base em denúncias de favorecimento à Engevix e à subsidiária da Forbes & Manhattan, a Irati Energy, que adquiriu a SIX por US$ 41,6 milhões em novembro passado.

O coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar, afirmou que “as denúncias são muito graves e confirmam que a venda da SIX para a empresa canadense Forbes & Manhattan Resources Inc é mais um crime cometido contra o patrimônio nacional”. Além disso, Bacelar disse que a luta contra a privatização da SIX ainda não acabou, e que há ações judiciais em andamento e denúncias na CVM e no TCU em razão de privilégios obtidos pela F&M na compra da unidade e do prejuízo que essa transação representa ao erário.

A FUP também alegou que a privatização da SIX apresentou diversas irregularidades, que foram destacadas em uma reportagem do jornalista Leandro Demori na semana passada, e que estão sendo investigadas internamente pela Petrobrás, determinada pelo presidente da companhia, Jean Paul Prates. A Petrobrás não teria realizado a auditoria ambiental compulsória, e a modelagem de venda teria sido irregular, já que a SIX não é um ativo de exploração e produção, mas sim uma concessão, o que tornaria a venda contrária ao decreto municipal nº 9355. Além disso, a SIX teria sido vendida abaixo do preço de mercado, o que teria gerado prejuízos aos próprios acionistas da Petrobrás.

Por fim, a FUP informou que a Anapetro aguarda respostas da Petrobrás sobre questões específicas da venda da unidade, encaminhadas pela entidade por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI), e que espera receber as respostas até quarta-feira, dia 12.

Pai de Gabriela Hardt é suspeito de roubar tecnologia da Petrobrás e vendê-la no exterior

De acordo com o jornalista Leandro Demori, a ação de Jorge Hardt e outros três indivíduos resultou em investigações sobre pirataria industrial, uso indevido de documentos secretos e venda de tecnologia de transformação de xisto. Jorge Hardt é o pai da juíza Gabriela Hardt, que substituiu Sergio Moro na Lava Jato.

Segundo a denúncia, Jorge Hardt obteve documentos confidenciais da Petrobrás, que levaram à trama de venda de um processo de transformação de xisto que seria uma cópia do Petrosix. Gabriela Hardt foi responsável pelos processos da Lava Jato na 13ª Vara Federal de Curitiba, mas a atuação de seu pai no esquema passou despercebida pelos responsáveis pela operação.

Jorge Hardt teve acesso às dependências da Petrobrás em 2007, quando trabalhava para a consultoria Tecnomon, contratada pela SIX. Pouco depois, foi contratado pela Engevix, que teve seus negócios revirados pela Lava Jato. Foi graças a um contrato de 18,2 milhões de dólares assinado entre a Petrobrás e a Engevix que Jorge Hardt e os demais tiveram acesso aos documentos internos da empresa que contavam todos os segredos da tecnologia.

Em setembro de 2012, a SIX descobriu que a Irati Energia, controlada pelo grupo Forbes & Manhattan, estava divulgando no mercado global uma tecnologia que era uma “Petrosix melhorada”. A Petrobrás abriu uma investigação interna para apurar a pirataria industrial e destacou que Jorge Hardt Filho e outros dois funcionários da Engevix tiveram acesso às informações usadas ilegalmente pela Forbes & Manhattan.

Apesar disso, Jair Bolsonaro ignorou a recomendação da própria Petrobrás de nunca mais fazer negócios com os canadenses e vendeu a Petrobrás Six para a Forbes & Manhattan, que pagou cerca de R$ 200 milhões pela fábrica e levou junto a tecnologia Petrosix.

E a quem interessa a tecnologia de extração de óleo de formações de xisto? Além do Brasil, outros países como os Estados Unidos que produzem através do “fraturamento hidráulico” grande parte do óleo e gás produzido em território americano, à exceção do Alasca e o Canadá, a quem mais interessa essa tecnologia furtada, pelas imensas reservas de “areias betuminosas” que aquele país possui e do qual extraí enormes quantidades de óleo.

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