ABIN Paralela: Bolsonaro, Carlos Bolsonaro e Ramagem indiciados

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Por Política em Debate I Brasília

Em 17/06/2025, 20h03 I Leitura 2 min

O cerco se fecha: novo indiciamento atinge o clã Bolsonaro

A Polícia Federal (PF) indiciou Jair Bolsonaro, Carlos Bolsonaro e o deputado Alexandre Ramagem no inquérito conhecido como “ABIN Paralela”. Trata-se de um dos mais graves escândalos de espionagem da história recente do Brasil. Segundo as investigações, foi montado um aparato clandestino de vigilância dentro da Agência Brasileira de Inteligência para fins políticos e pessoais.

Essa estrutura, operada às sombras da legalidade, teria sido usada para monitorar opositores, jornalistas e até mesmo integrantes do próprio governo. O indiciamento atinge em cheio o ex-presidente, seu filho vereador e um de seus homens de confiança. A acusação é: abuso de poder e uso indevido do aparato estatal de inteligência.

Carlos Bolsonaro no centro da máquina de espionagem

Não é a primeira vez que o nome de Carlos Bolsonaro aparece em investigações sobre milícias digitais e ataques à democracia. Agora, com o caso da ABIN Paralela, o vereador é colocado no coração de um esquema de vigilância e perseguição política. De acordo com a PF, ele teria sugerido alvos e recebido informações obtidas ilegalmente por meio de sistemas da inteligência federal.

Carlos, figura central do chamado “gabinete do ódio”, já havia sido implicado em operações de desinformação. O inquérito revela agora que sua atuação foi além das redes sociais: chegou ao subsolo do Estado brasileiro.

Ramagem: da confiança à acusação formal

Alexandre Ramagem foi diretor-geral da ABIN e homem de extrema confiança de Bolsonaro. Chegou a ser cogitado para a chefia da Polícia Federal, o que foi barrado pelo STF em 2020 justamente por risco de interferência.

Segundo os autos, Ramagem teria autorizado o uso de um software espião sem respaldo legal, violando sigilos de forma sistemática. O objetivo era alimentar politicamente o núcleo bolsonarista e antecipar ações de adversários. A trama beira o roteiro de um thriller político — só que real e com dinheiro público.

Bolsonaro tenta anular delação de Mauro Cid, mas falha

Paralelamente ao escândalo da ABIN, Jair Bolsonaro sofreu nova derrota no STF. O ministro Alexandre de Moraes negou o pedido para anular a delação premiada de Mauro Cid. Ex-ajudante de ordens e braço-direito do ex-presidente, Cid revelou bastidores de diversas irregularidades, incluindo as fraudes nos cartões de vacinação, venda de joias oficiais e a preparação para um possível golpe de Estado.

A defesa de Bolsonaro tentou invalidar o acordo, mas Moraes foi direto: a colaboração de Cid segue válida. E mais — ainda que a delação fosse anulada, as provas colhidas pela Polícia Federal permanecem intactas. O prejuízo jurídico de Bolsonaro é, portanto, irreversível. A anulação da delação premiada somente serviria para piorar, em muito, a situação de Mauro Cid.

Um padrão de crime, não um caso isolado

Os acontecimentos recentes não são fatos isolados, mas parte de um padrão. O bolsonarismo criou, ao longo de quatro anos, um modelo de poder baseado em intimidação, desinformação e aparelhamento das instituições.

Do golpe frustrado aos atos terroristas de 8 de janeiro, das joias desviadas à vacinação fraudulenta, do sigilo de cem anos à espionagem ilegal, o legado de Bolsonaro se confunde com uma longa ficha de pretensos crimes a ele imputados. O Brasil assiste, enfim, ao desmonte dessa engrenagem.

Democracia reage e a justiça avança

Apesar das tentativas de deslegitimar as instituições, o sistema democrático resiste. A Polícia Federal segue atuando com independência. O Supremo Tribunal Federal mantém firme o combate aos abusos e aos atos delituosos praticados no governo anterior (governo Bolsonaro). E a sociedade brasileira começa a cobrar de volta o que lhe foi tomado: saber a verdade.

Bolsonaro, Carlos Bolsonaro e Alexandre Ramagem agora enfrentam a Justiça não mais como alvos de críticas ou suspeitas — mas como indiciados formais. E o tempo da impunidade parece, enfim, ter chegado ao fim.

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