Israel é um estado terrorista e exportador de violência para cidades no mundo, diz jornalista

Por Política em Debate I Brasília
Em 13/06/2025, 18h50 I Leitura 3 min
Na madrugada de sexta-feira 13, enquanto crianças dormiam e cientistas nucleares descansavam em suas casas, Israel lançou um ataque surpresa contra a capital do Irã, Teerã, e outras regiões estratégicas. O alvo? Instalações de pesquisa nuclear e residências de civis ligados ao programa científico do país. O saldo? Dois generais da Guarda Revolucionária mortos, cientistas assassinados, civis esmagados pelos escombros, e um país que estava em diálogo com os Estados Unidos sobre os balizadores do seu programa nuclear, pego de surpresa, de forma traiçoeira. As consequências? Ainda é cedo para se prever. Mas uma coisa parece óbvia: Israel quer que o Irã responda de forma brutal, da mesma forma que foi o seu ataque, e assim possa argumentar que os “iranianos estão matando civis judeus“. Uma estratégia que salta aos olhos de qualquer um.
O governo de Israel classificou o ataque como “preventivo”. A imprensa aliada ao Ocidente tentou ecoar essa justificativa com ares de legitimidade. Mas o que ocorreu foi um ato de terrorismo internacional, contra um Estado-membro da ONU, em clara violação de tratados e princípios do Direito Internacional.
Uma escalada planejada, um alvo civil e um cálculo geopolítico

O ataque israelense não apenas destruiu algumas das instalações nucleares iranianas (não se sabe ainda a extensão dos danos), destruiu alguns sítios subterrâneos de armazenamento de misseis, mas também matou duas figuras centrais do poder militar iraniano, o general Hossein Salami, comandante-chefe da Guarda Revolucionária Islâmica, e o major-general Mohammad Bagheri, chefe do Estado-Maior das Forças Armadas do Irã. O ataque ainda matou cientistas nucleares iranianos e crianças. Todos foram assassinados em suas casas enquanto dormiam.
Essas execuções não foram “colaterais”. Foram planejadas. E a escolha dos alvos deixa claro: Israel visou desestruturar o comando militar e destruir a capacidade científica do país. Se isso não é terrorismo de Estado eu não sei o que é. A operação israelense foi batizada de Rising Lions (Leões em Ascensão) — nome que, cinicamente, celebra a violência como se fosse glória.

Mas havia mais em jogo. O Irã estava a apenas meses de obter capacidade para construir uma arma nuclear, segundo alegações israelenses. Israel sempre alegou isso em relação ao Irã. Israel se acha no direito de deter 100 artefatos nucleares em seu poder, assim como mísseis lançadores desses artefatos, mas “não permite” que nenhuma nação que Israel considera inimiga possa sequer ter o direito de explorar as tecnologias nucleares, que tem múltiplos usos na medicina, na geração de energia e, sim, em artefatos nucleares, os mesmos artefatos que os hipócritas Israelenses tem, assim como também os EUA, a Rússia, a França, o Reino Unido, a China, o Paquistão e a Índia também tem. Contudo, no caso dos iranianos, esse avanço estava sendo negociado com os EUA e supervisionado pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). Israel, então, preferiu sabotar o processo diplomático com bombas.
Violência como método, vitimismo como estratégia
Após o ataque, como de praxe, Netanyahu correu para a imprensa tentando enquadrar o ataque como “defensivo”. Disse que não houve provocação iraniana, mas que havia uma “ameaça iminente”. Nenhuma prova foi apresentada. E como destacou o Neutrality Studiers, isso faz parte da estratégia israelense de manipular a narrativa internacional: agir como Estado agressor, mas se defender com o manto da religião e do antissemitismo.
O ataque contra Teerã é apenas mais um capítulo dessa lógica perversa onde a violência sistemática é embrulhada em retórica moralista. A cada vez que Israel comete crimes de guerra — em Gaza, no Líbano, ou agora em Teerã — a resposta é a mesma: “autodefesa”. E qualquer denúncia é classificada como “ódio aos judeus”. Mas não se trata de ódio ao povo judeu. Trata-se de responsabilizar um regime supremacista sionista, que, dia após dia, faz do genocídio um instrumento de política externa.
O duplo padrão ocidental: cúmplice e hipócrita
Enquanto Israel bombardeava alvos civis no Irã, os Estados Unidos continuavam afirmando que ainda “esperam retomar as negociações nucleares” com Teerã. O ataque foi executado com conhecimento de Washington — mas, como de costume, os EUA lavaram as mãos. Anthony Blinken, secretário de Estado, declarou que os americanos não participaram da operação, mas “foram informados”. É a mesma hipocrisia que permitiu o assassinato de Qassem Soleimani em 2020, em território estrangeiro, com o pretexto de segurança.

Na Europa, cresce a indignação popular. Paris, Roma, Londres e outras capitais têm registrado protestos massivos contra o genocídio em Gaza, que agora se expandem para denunciar o ataque contra o Irã. Até figuras como Piers Morgan, tradicional aliado do discurso pró-Israel, passaram a criticar publicamente os excessos cometidos. A opinião pública está mudando — e a máscara moral de Israel começa a cair.
A beira de uma guerra regional
A resposta iraniana é iminente. O país tem sistemas de defesa robustos, inclusive mísseis convencionais com capacidade de atingir pontos estratégicos em Israel. O ataque que matou seus dois principais generais pode abrir uma nova frente de guerra no Oriente Médio — envolvendo aliados como Hezbollah, Síria e grupos militantes no Iraque e no Iêmen.
Israel aposta que o apoio incondicional dos EUA e de parte da Europa lhe garante impunidade. Mas esse cálculo começa a falhar. A guerra em Gaza já minou a imagem internacional de Israel. O ataque ao Irã pode ser o catalisador para uma resposta multilateral — diplomática, econômica ou militar.
Terrorismo com escudo diplomático
Israel cruzou mais uma linha vermelha. Com o assassinato de cientistas e generais iranianos, destruiu qualquer possibilidade de paz na região a curto prazo. Mas, mais do que isso, mostrou ao mundo que o sionismo opera não como uma doutrina de segurança, mas como um projeto expansionista e genocida.
O que ocorreu em Teerã não foi um ato de autodefesa. Foi um crime cuidadosamente calculado para inviabilizar o diálogo e perpetuar o conflito. Se o mundo não reagir, não restará mais dúvida: Israel é hoje o maior promotor do terrorismo de Estado no planeta.