O grupo de oito réus inclui, além de Bolsonaro e Mauro Cid, figuras centrais do governo anterior: Alexandre Ramagem (ex-diretor da Abin), Almir Garnier (ex-comandante da Marinha), Anderson Torres (ex-ministro da Justiça), Augusto Heleno (ex-ministro do GSI), Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa) e Walter Braga Netto (ex-ministro da Casa Civil, que depõe por videoconferência por estar preso)
Por Política em Debate I Brasília
Em 09/06/2025, 17h10 I Leitura 2 min
O Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou nesta segunda-feira, 9 de junho de 2025, a oitiva dos oito réus do chamado “núcleo central” da tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Entre eles está o ex-presidente Jair Bolsonaro, que pela primeira vez comparece presencialmente a um interrogatório ao lado do tenente-coronel Mauro Cid, seu ex-ajudante de ordens e delator do caso.
Quem são os réus e como ocorre o interrogatório
O grupo de oito réus inclui, além de Bolsonaro e Mauro Cid, figuras centrais do governo anterior: Alexandre Ramagem (ex-diretor da Abin), Almir Garnier (ex-comandante da Marinha), Anderson Torres (ex-ministro da Justiça), Augusto Heleno (ex-ministro do GSI), Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa) e Walter Braga Netto (ex-ministro da Casa Civil, que depõe por videoconferência por estar preso).
Os depoimentos seguem a seguinte ordem:
- Mauro Cid é o primeiro a depor, por ter firmado acordo de delação premiada.
- Os demais réus prestam depoimento em ordem alfabética.
- Jair Bolsonaro será o sexto a falar.
Os réus estão sentados lado a lado na sala da Primeira Turma do STF, mas estão proibidos de conversar entre si, podendo apenas se cumprimentar. Essa restrição foi imposta pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, para evitar a combinação de versões.
Transmissão ao vivo
Todos os depoimentos são transmitidos ao vivo pela TV Justiça, UOL e outros veículos, numa tentativa do STF de garantir transparência e evitar cortes e manipulações nas redes sociais. O público pode acompanhar a íntegra dos interrogatórios, que não têm tempo limite para cada depoente.
Destaques do primeiro dia
- Mauro Cid confirmou, em seu depoimento inicial, que a acusação da Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre a trama golpista é verídica, afirmando ter “presenciado grande parte dos fatos, mas não participado deles”.
- Cid detalhou que assinou o acordo de colaboração premiada por vontade própria e negou ter sido coagido a inventar informações pela Polícia Federal.
- O interrogatório é conduzido inicialmente pelo ministro Alexandre de Moraes, seguido do procurador-geral da República, Paulo Gonet, e depois pelos advogados de defesa, sempre em ordem alfabética.
Crimes investigados
Os réus respondem por crimes como:
- Organização criminosa armada
- Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito
- Golpe de Estado
- Dano qualificado com uso de violência e grave ameaça
- Deterioração de patrimônio tombado
Clima e segurança
O STF reforçou o esquema de segurança para as sessões, que ocorrem em um edifício anexo ao tribunal, na Praça dos Três Poderes, em Brasília. O controle de acesso e o monitoramento foram intensificados devido à relevância e sensibilidade do processo.
“O que está em jogo nesses depoimentos é a investigação sobre crimes graves, como organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado com uso de violência e grave ameaça, além de deterioração de patrimônio tombado.”
A cobertura completa, com análises em tempo real, pode ser acompanhada nos principais portais de notícias e na TV Justiça transmitindo em rede para vários veículos da imprensa.
