Carla Zambelli: Admissão de Culpa e Deportação

Por Política em Debate I Brasília

Em 04/06/2025, 17h48 I Leitura 2 min

Carla Zambelli, deputada federal e uma das figuras mais barulhentas do bolsonarismo, tornou-se o mais novo embaraço internacional da extrema direita. Condenada por maioria já formada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 5 anos e 3 meses de prisão pelo caso da perseguição armada a um jornalista em São Paulo, e a 10 anos de prisão pela invasão criminosa do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Zambelli seguiu o manual do extremista foragido: fugiu do país, angariou R$ 285 mil via Pix de seguidores e, só depois de saber que seria incluída na lista da Interpol, confessou que não pretende retornar ao Brasil, escancarando sua condição de fugitiva da Justiça.

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A Rota da Fuga e a Confissão Pública

Segundo apurações da imprensa, Zambelli deixou o Brasil pela fronteira terrestre de Foz do Iguaçu, seguiu para Buenos Aires e, de lá, viajou para os Estados Unidos, hospedando-se em hotel de luxo bancado por doações de apoiadores. O destino final seria a Itália, onde ela tentaria fixar residência, amparada por sua cidadania italiana. Ao saber que o STF determinaria sua inclusão na Difusão Vermelha da Interpol, Zambelli admitiu publicamente que não voltaria ao Brasil e que, como cidadã italiana, se considerava “intocável” na Itália.

O problema: essa confissão explícita de fuga, feita antes mesmo do esgotamento de todos os recursos judiciais junto ao STF, serviu como prova cabal para a decretação de sua prisão preventiva e para o pedido formal de extradição.

O Precedente de Bolsonaro e o Impasse Italiano

O caso de Zambelli não é isolado. Jair Bolsonaro, também detentor de cidadania italiana, já havia cogitado pedir asilo à Itália após a derrota eleitoral de 2022. Nos bastidores, autoridades italianas sinalizaram que não aceitariam proteger foragidos da Justiça brasileira se comprovada a tentativa de escapar de processos criminais, o país poderia deportar tanto Bolsonaro – se ele vier a tentar uma fuga para a Itália – quanto Zambelli.

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A legislação e os tratados de extradição entre Brasil e Itália são claros: embora a cidadania italiana possa dificultar o processo, não impede automaticamente a extradição. O caso do ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, extraditado mesmo com cidadania italiana, é um precedente direto — e foi lembrado por parlamentares italianos que já pedem a prisão e deportação de Zambelli, alertando que a Itália “arrisca se tornar um paraíso para golpistas”.

O Embaraço Internacional e o Risco para a Direita Italiana

A fuga de Zambelli, agora declarada foragida internacional, virou um constrangimento para o governo de direita de Giorgia Meloni. O deputado Angelo Bonelli, da oposição, já formalizou questionamento ao governo italiano, exigindo colaboração com o Brasil e a Interpol, e alertando para o risco de a Itália ser vista como abrigo de radicais de extrema direita em fuga da Justiça.

A Procuradoria-Geral da República brasileira já pediu a prisão preventiva e a inclusão de Zambelli na lista da Interpol, medida que a torna foragida em 196 países. O STF determinou ainda o bloqueio de seus passaportes, contas e redes sociais.

O Manual do Extremista Foragido

Carla Zambelli: O Manual do Extremista Foragido

O roteiro é velho, mas o vexame é novo: desafiar a Justiça, alegar perseguição política, fugir e tentar se esconder atrás de outra cidadania. Zambelli não é exceção — é só mais um sintoma do extremismo de direita fugindo as suas responsabilidades, e do desgaste global da extrema direita brasileira.

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