
Por Política em Debate I Brasília
Em 04/06/2025, 9h15 I Leitura 2 min
A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) protagoniza mais um capítulo do roteiro já conhecido entre os radicais de direita que desafiam a Justiça brasileira. Após ser condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 10 anos de prisão por invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) — em associação com o hacker Walter Delgatti — e falsidade ideológica, Zambelli deixou o Brasil e confirmou que não pretende retornar, amparando-se em seu passaporte italiano. A condenação, decidida por unanimidade pela Primeira Turma do STF, inclui ainda a perda do mandato e multa de R$ 2 milhões por danos morais coletivos, a serem aplicados caso não haja reversão em recursos ainda possíveis no próprio Supremo.

Além da condenação pelo caso de invasão do site do CNJ, Carla Zambelli já está tecnicamente condenada, pela maioria do plenário do Supremo Tribunal Federal, a 5 anos e 3 meses de prisão por porte ilegal de arma e constrangimento ilegal, após perseguir armada o jornalista Luan Araújo nas ruas de São Paulo, às vésperas do segundo turno das eleições de 2022. O julgamento ainda não foi formalmente encerrado porque aguarda o voto final do ministro Nunes Marques, mas já há maioria formada para a condenação, que inclui também a perda do mandato parlamentar, a ser efetivada após o trânsito em julgado dos recursos cabíveis.
A fuga de Zambelli, agora confirmada por ela própria, repete o padrão de outros extremistas bolsonaristas já foragidos, como Alan dos Santos e Eduardo Bolsonaro, e expõe o desafio das instituições brasileiras diante da impunidade e do deboche institucional. Em declaração à imprensa, Zambelli ironizou: “Podem colocar a Interpol atrás de mim, mas não me tiram da Itália”.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) já pediu a prisão preventiva da deputada após sua saída do país, e o STF deve decidir nos próximos dias sobre a inclusão do nome de Zambelli na lista de procurados internacionais. O caso força a Justiça a agir com rigor, especialmente para evitar que outros investigados e réus, como o próprio Jair Bolsonaro, repitam a estratégia de fuga.
A trajetória de Carla Zambelli, marcada por radicalização, fake news, tentativas de golpe e agora fuga internacional, escancara o manual do extremista foragido: desafiar a Justiça, alegar perseguição política, pedir dinheiro a apoiadores e, quando a situação aperta, buscar abrigo em países onde a extradição é improvável.
E como tem trouxa pra tudo, antes de fugir Carla Zambelli arrecadou R$ 285 mil por Pix após pedido de ajuda a apoiadores. Um final prá lá de patético para uma tão entusiasmada extremista de direita.