Guerra Sem Fim: O Ultimato Russo

Por Política em Debate I Brasília

Em 03/06/2025, 19h15 I Leitura 2 min

Putin impõe sua condição: O preço da paz é a anexação de 25 a 30% da Ucrânia — e o Ocidente prefere a guerra até o fim

A guerra entre Rússia e o chamado “Ocidente coletivo” (EUA, OTAN e União Europeia), travada no território ucraniano, acaba de atingir um novo patamar de brutalidade e cinismo político. Após o ataque ucraniano às bases de bombardeiros nucleares russos — com a alegação de destruição de 41 aeronaves estratégicas —, Moscou respondeu com uma retaliação massiva: 472 drones lançados contra cidades ucranianas, numa demonstração de força que deixou claro quem dita as regras do jogo.

Rússia condiciona negociações de paz ao reconhecimento internacional das regiões anexadas da Ucrânia

Mas o episódio mais revelador não veio dos campos de batalha, e sim da mesa de negociações na Turquia. Diante da óbvia sabotagem de Zelensky a qualquer solução diplomática (com aval de Bruxelas), a delegação russa foi cristalina: Putin impõs sua principal exigência para encerrar a guerra — a anexação de 25 a 30% do território ucraniano, justamente as regiões já ocupadas ou contestadas desde 2022. Sem isso, não há acordo, não há trégua, não há paz.

O memorando russo inclui os seguintes pontos:

  • Proibição da Ucrânia de possuir armas nucleares ou de abrigá-las em seu território.
  • Reconhecimento da Crimeia, Lugansk, Donetsk, Zaporizhzhia e Kherson — regiões atualmente ocupadas pelas tropas russas — como território da Rússia;
  • Retirada completa das tropas ucranianas desses territórios;
  • Interrupção do fornecimento de armas e inteligência do Ocidente à Ucrânia;
  • Realização de eleições na Ucrânia;
  • Limitação do exército ucraniano, tanto em número de soldados quanto em quantidade de armamentos;

A proposta é a mesma que Putin faz desde o início do conflito, e é o retrato nu e cru da realpolitik: quem tem poder militar impõe as condições. O mais chocante é o papel do Ocidente. Viktor Orbán, primeiro-ministro húngaro, foi direto ao pontoBruxelas – sede da União Europeia e da OTAN – decidiu que a Ucrânia deve lutar até a completa aniquilação, apenas para alimentar os lucros da indústria bélica europeia e americana. A vida dos ucranianos virou moeda de troca para interesses financeiros e geopolíticos do bloco ocidental.

Bruxelas decidiu que a Ucrânia deve continuar o conflito, diz Victor Orbán, presidente da Hungria

Zelensky, pressionado pela elite europeia, prefere o martírio da população à aceitação de um acordo que, apesar de humilhante, salvaria milhares de vidas. Só relembrando que a guerra, até esse momento, teve o custo da quase total destruição da infra estrutura do pais, do êxodo de milhões de cidadãos e cidadãs ucranianos, perdas em combate de mais de 1,2 milhão de soldados mortos (do lado ucraniano) e entre 1/10 a 1/7 de mortos do lado russo, em relação às perdas do inimigo . Já o Ocidente, por sua vez, aposta todas as fichas numa guerra sem fim — ou até o último ucraniano. O resultado é um ciclo de ataques, retaliações e negociações de fachada, enquanto a Ucrânia sangra, a Rússia consolida seu domínio sobre territórios estratégicos e o perigo de uma guerra regional, até nuclear, entre a Federação Russa e diretamente a OTAN, se torna cada vez mais provável.

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A exigência russa na mesa de negociação na Turquia é clara, brutal e, no momento, inegociável: ou a Ucrânia cede de 25 a 30% do seu território, ou a guerra continuará — com consequências cada vez mais devastadoras. E o Ocidente, ao invés de buscar a paz, prefere prolongar o conflito para garantir contratos bilionários a sua indústria de armas.

No fim das contas, a Ucrânia se tornou palco de uma disputa onde a vida humana vale menos do que dividendos e zonas de influência. E a paz, como sempre, é a primeira vítima.

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