Gaza sob Ataque: A Escalada do Extermínio Sionista

Em mais um brutal assassinato, Israel matou 9 de 10 crianças de uma família na Faixa de Gaza; e não venham me falar de antissemitismo. É política crua e nua de erradicação de um povo, o que Israel promove em Gaza.

A política israelense de extermínio e expulsão do povo palestino representa um conflito fratricida, no qual um povo semita busca eliminar outro povo semita.

Por Política em Debate I Brasília

Em 25/05/2025, 18h50 I Leitura 3 min

O que estamos fazendo em Gaza é uma guerra de extermínio, afirma Ehud Olmert, que governou Israel entre 2006 e 2009

Em entrevista repercutida pelo portal Brasil 247, Ehud Olmert, ex-premiê, que governou Israel entre 2006 e 2009, afirmou categoricamente: “O que estamos fazendo em Gaza é uma guerra de extermínio.” O ex-premiê reconheceu que as operações militares israelenses configuram crimes de guerra, uma acusação raramente admitida por figuras de alto escalão do próprio Estado israelense. Suas palavras reforçam as denúncias de organizações internacionais e de direitos humanos sobre a dimensão e a brutalidade dos ataques contra civis palestinos, incluindo mulheres e crianças. Ao admitir a gravidade dos atos cometidos, Olmert expõe a crise moral e política dentro de Israel, e pressiona a comunidade internacional a agir diante das violações sistemáticas do direito humanitário em Gaza.

O horror e a brutalidade sem fim contra inocentes em Gaza. O mundo assiste passivo a esse massacre.

O mais recente assassinato de civis pelas Forças Armadas de Israel à Faixa de Gaza, noticiado pela CNN Brasil em 24 de maio de 2025, trouxe à tona mais um episódio trágico para o povo palestino. Desta vez, o bombardeio atingiu a residência da médica Alaa al-Najjar, que trabalhava na emergência do Complexo Médico Nasser, no sul de Gaza, no momento do ataque. Nove dos dez filhos da médica foram mortos, e apenas um sobreviveu, em estado crítico. O marido de Alaa também ficou ferido.

O exército israelense alegou que o alvo eram suspeitos operando próximos às tropas, mas, mais uma vez, o resultado foi a morte de civis inocentes. Este caso é apenas um entre milhares que compõem o quadro alarmante da crise humanitária em Gaza. São incontáveis os casos da mesma dimensão trágica.

Números Alarmantes: Mulheres, Crianças e Idosos Entre as Vítimas

Desde o ataque terrorista do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023, onde foram mortos entre 1100 a 1300 israelenses, a resposta militar israelense tem sido devastadora para a população civil de Gaza. Segundo dados atualizados das Nações Unidas e do Ministério da Saúde de Gaza até maio de 2025:

  • Total de mortos em Gaza: mais de 54.000 palestinos foram mortos, sendo aproximadamente 70% mulheres e crianças, de acordo com dados do Ministério da Saúde de Gaza e da ONU .
  • Mulheres e crianças mortas: Aproximadamente 38.000 vítimas
  • Idosos mortos: Estima-se que mais de 3.000 idosos estejam entre as vítimas fatais

Além disso, dezenas de milhares de pessoas ficaram feridas, muitas delas com sequelas permanentes.

Campanha de Terra Arrasada: Destruição Sistemática de Gaza

Campanha de “terra arrasada” com o objetivo de inviabilizar a reconstrução de Gaza pós conflito Israel x Hamas

Israel tem conduzido uma campanha de bombardeios e operações terrestres que resultou na destruição massiva da infraestrutura de Gaza:

  • Hospitais, escolas e universidades foram bombardeados ou ficaram fora de operação.
  • Redes de água, eletricidade e esgoto foram quase totalmente destruídas, deixando a população sem acesso a serviços básicos.
  • Moradias: Estima-se que mais de 70% das residências de Gaza foram parcial ou totalmente destruídas, forçando mais de 1,9 milhão de pessoas ao deslocamento interno.

Privação Humanitária: Bloqueio e Fome Como Armas de Guerra

A população palestina enfrenta uma crise humanitária sem precedentes devido à sistemática campanha de bloqueio e privação de ajuda humanitária. A ONU estima que seriam necessários entre 500 e 600 caminhões diários para atender às necessidades básicas da população, mas apenas uma fração desse número tem conseguido acesso. Essa restrição tem levado a uma escassez crítica de alimentos, água potável e medicamentos, colocando a população de Gaza, em grande parte, em estado de subnutrição e fome; em especial as crianças, as mais vulneráveis junto com os idosos.

O Apoio Irrestrito de Trump aos Sionistas

Trump defendeu, ao lado de Netanyahu, a realocação permanente de quase dois milhões de palestinos da Faixa de Gaza para países vizinhos, como Egito e Jordânia,

O apoio irrestrito de Donald Trump a Benjamin Netanyahu ficou ainda mais evidente com a retomada da guerra em Gaza, quando o presidente americano passou a endossar publicamente propostas radicais para a região. Trump defendeu, ao lado de Netanyahu, a realocação permanente de quase dois milhões de palestinos da Faixa de Gaza para países vizinhos, como Egito e Jordânia, alegando que o enclave “não é um lugar para as pessoas viverem” e descrevendo Gaza como um “local de demolição”. 

Em declarações recentes, Trump afirmou que os Estados Unidos assumiriam o controle do território no processo de reconstrução, sem descartar o envio de tropas americanas. O plano, apresentado como condição para o fim da guerra por Netanyahu, prevê transformar Gaza em uma “Riviera do Oriente Médio” após a saída dos palestinos, ideia que especialistas classificam como limpeza étnica e que foi rejeitada por Egito e Jordânia. O alinhamento entre Trump e Netanyahu, marcado por elogios mútuos e articulações políticas, amplia a liberdade de ação de Israel na ofensiva militar e pressiona pela adoção de medidas que podem agravar ainda mais a crise humanitária na região.

A Partilha da Palestina

Em 1947, a Assembleia Geral da ONU aprovou a Resolução 181, que previa a partilha da Palestina em dois Estados independentes, um judeu e outro árabe, além de um regime internacional especial para Jerusalém. 

Antes de 1947, os palestinos ocupavam cerca de 100% do território da Palestina histórica, que estava sob mandato britânico após o fim do Império Otomano. Com o plano de partilha da ONU em 1947, foi proposta a criação de dois Estados: um judeu, com aproximadamente 55% do território, e um árabe, com cerca de 45%, além de Jerusalém sob administração internacional. Na prática, os judeus controlavam apenas cerca de 6 a 7% da terra, antes da criação oficial de Israel em 1948.

Embora o plano garantisse a criação de um Estado palestino, ele nunca se concretizou devido à não aceitação da divisão pelos sionistas e ao início imediato de conflitos armados. Após a guerra de 1948, Israel expandiu seu território para além do previsto no plano da ONU, controlando cerca de 78% da Palestina histórica e promovendo a expulsão de mais de 750 mil palestinos, além da destruição de centenas de vilarejos árabes. 

Ao longo das décadas seguintes, Israel continuou a expropriar terras palestinas, especialmente após a ocupação da Cisjordânia, Gaza e Jerusalém Oriental em 1967, estabelecendo assentamentos e consolidando o controle sobre áreas estratégicas. 

Perda da terra Palestina de 1946 a 2005. Agora nem isso mais resta ao povo palestino.

Atualmente, restam apenas dois enclaves palestinos — a Faixa de Gaza e partes fragmentadas da Cisjordânia — sob constante ameaça de anexação ou destruição. Sem esses territórios, o projeto sionista alcançaria o domínio total sobre toda a Palestina, objetivo declarado desde as primeiras décadas do movimento.

Grande Israel

O sonho do sionismo: A Grande Israel

O projeto sionista vai muito além da simples criação do Estado de Israel na Palestina. Desde suas origens, líderes e ideólogos sionistas têm defendido a expansão territorial para formar o que chamam de “Grande Israel”, um Estado que se estenderia do rio Nilo, no Egito, até o rio Eufrates, abrangendo partes significativas do Egito oriental, Jordânia, Síria e até áreas da Arábia Saudita. Essa visão expansionista, explicitada em documentos como o Plano Yinon, prevê a fragmentação dos Estados árabes vizinhos em pequenos territórios satélites, enfraquecendo-os para garantir a supremacia israelense na região. A “Grande Israel” incluiria a anexação dos territórios palestinos remanescentes, as Colinas de Golã sírias, o Sinai egípcio e áreas estratégicas da Jordânia e da Síria, consolidando um domínio geopolítico que ultrapassaria, em muito, as fronteiras atuais de Israel. Essa ambição tem sido acompanhada por políticas de assentamentos ilegais, exclusão dos palestinos e ações militares que visam não só o controle da Palestina, mas a hegemonia regional, alinhada a interesses dos Estados Unidos e aliados. O projeto representa uma ameaça direta à soberania dos países árabes vizinhos e à estabilidade do Oriente Médio, configurando uma agenda imperialista que busca transformar toda a região sob a influência israelense.

A Mudança da Opinião Pública

Antes de agosto de 2024, especialmente após o ataque terrorista do Hamas a Israel em outubro daquele ano, a opinião pública mundial mostrava uma grande solidariedade ao Estado israelense. Assim, a violência do Hamas foi recebida com choque e horror. Entretanto, a brutalidade israelense, em resposta ao ataque, denunciada por organizações internacionais e até por figuras israelenses críticas, como o ex-primeiro-ministro Ehud Olmert, expôs ao mundo a dimensão da tragédia palestina. e fez com que crescesse a percepção e o reconhecimento global das condições pré-existentes de ocupação, cerco e violações dos direitos palestinos, o que alimenta protestos e críticas em diversos países, inclusive entre aliados tradicionais de Israel.

Benjamin Netanyahu é alvo de um mandado de prisão emitido pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) em Haia, que o acusa de crimes de guerra e crimes contra a humanidade. O TPI encontrou motivos para acreditar que Netanyahu, como líder civil, tem responsabilidade criminal por ataques intencionais e sistemáticos contra a população civil palestina, incluindo o uso da fome como método de guerra e a privação de bens essenciais, além de perseguição e outros atos desumanos. 

Diante da pressão popular, e face à barbaridade perpetrada por Israel, diversos países europeus passaram a pressionar pelo reconhecimento de um Estado palestino, enquanto a ONU e tribunais internacionais intensificam investigações sobre crimes de guerra. Esse conjunto de fatores tem levado Israel a um isolamento crescente, com sua imagem internacional deteriorada e a opinião pública mundial cada vez mais crítica, ao ter a percepção da realidade do projeto de limpeza étnica e genocídio que vem sendo posto em prática, invertendo dessa forma o apoio inicial, para uma condenação ampla da política israelense na região.

Fratricídio entre Irmãos

O aumento do antissemitismo no mundo nos últimos anos, especialmente após o ataque do Hamas a Israel em outubro de 2023 e a subsequente ofensiva israelense na Faixa de Gaza, é um fenômeno complexo que tem gerado preocupação global. Dados recentes mostram que os casos de antissemitismo cresceram significativamente, com aumentos de mais de 1000% em denúncias logo após o início do conflito, e um crescimento contínuo tanto em ambientes digitais quanto offline, como no Brasil, Estados Unidos e outros países. 

Embora o antissemitismo seja uma forma inaceitável de preconceito e violência, parte desse crescimento está relacionada à percepção mundial da política israelense, especialmente a campanha sistemática de extermínio e ocupação promovida pelo sionismo contra o povo palestino. Essa política tem alimentado uma forte rejeição e críticas globais, que em muitos casos acabam se confundindo ou sendo distorcidas em manifestações antissemitas. Assim, pode-se concluir que a própria estratégia agressiva e violenta do sionismo, contribui para o aumento do antissemitismo, pois ao promover a opressão e o sofrimento dos palestinos, cria um ambiente de polarização, ódio e reações extremas que acabam atingindo também as comunidades judaicas no mundo.

Todos os povos da Palestina, incluindo judeus e palestinos, são semitas, ou seja, descendentes de uma mesma linhagem histórica e cultural que remonta aos antigos povos do Oriente Médio, como hebreus, cananeus e árabes, todos ligados pela família linguística e genética semítica. Estudos genéticos indicam que palestinos e judeus compartilham ancestrais comuns e que suas raízes estão profundamente entrelaçadas na região do Levante, o que reforça a ideia de que são irmãos históricos. Portanto, a política israelense de extermínio e expulsão do povo palestino representa um conflito fratricida, no qual um povo semita busca eliminar outro povo semita, com quem divide não apenas território, mas também origem, cultura e história milenar.

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