Por Política em Debate, 18/04/2025, 12:30h
Enquanto o Ocidente se debate em suas próprias contradições, lá do outro lado do mundo, em Xangai, China, — que para muitos analistas já ultrapassa Nova York em importância geoeconômica e cultural — o jornalista e repórter internacional Pepe Escobar transmite, com sua habitual mordacidade, mais um episódio do já cultuado Pepe Café.

No Brasil, trabalhou para os jornais Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo e Gazeta Mercantil, além de ter publicado artigos na revista Carta Capital. É correspondente de várias publicações internacionais. Apoiem a wikipedia. Nós da Política em Debate apoiamos
No vídeo intitulado “Especial Xangai: como a China se une para responder às tarifas”, Pepe desmonta com precisão a retórica beligerante do presidente Trump, apelidado, com ironia pelas massas chinesas, de “o imperador das tarifas” — uma figura caricata, símbolo do protecionismo tresloucado e do desespero decadente do império americano diante da ascensão irreversível da China, da ASEAN e do BRICS.

Trump: o tresloucado
imperador das tarifas
Pepe lembra, com o sarcasmo que lhe é característico, que os chineses nas redes sociais — redes essas gigantescas, com centenas de milhões de usuários — já se referem aos Estados Unidos como “o tigre de papel”, expressão depreciativa que denuncia um império agressivo por fora, mas frágil por dentro. Um império que ladra ameaças e impõe sanções, mas que já não detém o monopólio do progresso, do crescimento, da inovação e, muito menos, da legitimidade moral da China, que quer paz e progresso para todos os seus parceiros, em especial os do Sul Global.

A cruzada tarifária de Trump — que não poupou ninguém, é de fato direcionada à China – e é retratada por Pepe Escobar como a versão econômica de um tiro no pé: além de acelerar o processo de desdolarização global, fortaleceu e vai fortalecer cada vez mais o eixo asiático – incluindo negociações de comércio com tradicionais parceiros americanos, como Japão e a Coreia do Sul – forçando a integração comercial entreva China, Rússia, Irã, Índia, Brasil, e dezenas de países da Eurásia, da África e outros tantos países do Sul Global.

Pepe detalha como Pequim reagiu com frieza e estratégia, unindo seus cidadãos em torno da liderança de Xi Jinping, fortalecendo o mercado interno, investindo cada vez mais de forma agressiva na modernização da sociedade chinesa, em ciências e tecnologias críticas e de primeira linha, na fronteira do conhecimento global, como a de semicondutores, chips de IA e máquina inovadoras de litografia, expandindo e consolidando acordos comerciais, que visam isolar Washington e deixar os EUA à margem do novo tabuleiro geoeconômico. Xangai, epicentro dessa revolução silenciosa, já é vista como a capital simbólica da nova ordem multipolar.
O velho mundo — com seus delírios imperiais, seus “guerreiros de terno” em Wall Street e suas ameaças à soberania alheia — assiste, atônito, à emergência de um novo paradigma. E enquanto isso, a China responde… não com tanques, mas com infraestrutura, não com ameaças, mas com alianças, não com arrogância, mas com paciência estratégica.
O imperador das tarifas ainda vocifera, mas seus decretos já não ecoam com o mesmo poder. O tigre de papel ruge… mas já não assusta. A história mudou de endereço. E Pepe Escobar está lá para nos contar, xícara de café na mão, direto do novo centro do mundo.
Especial Xangai: Como a China se une para responder às tarifas de Tump