Publicado em 08/04/2025, 18:20h
O impacto econômico das tarifas impostas por Donald Trump tem gerado grande preocupação entre especialistas e a população americana. Estima-se que as novas políticas tarifárias estejam retirando, em média, US$ 3.800 da renda anual das famílias americanas, o que representa mais da metade do ganho mensal típico nos Estados Unidos. Esse efeito é amplificado pelo aumento nos preços de bens de consumo, como roupas, cuja alta pode chegar a 17% devido às tarifas sobre importações de países como Vietnã, Bangladesh e Tailândia.

As tarifas encarecem os produtos importados e afetam diretamente o poder de compra. A média de taxação nos Estados Unidos subiu 11,5 pontos percentuais, alcançando 22,5%, o maior patamar desde 1909.
Estudos indicam que o Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA pode encolher até 0,9 ponto percentual devido ao impacto acumulado dessas medidas. Já é dado como certo que a economia americana ou já entrou ou entrará em recessão esse ano, ou seja, com uma canetada, Trump 2.0 conseguiu a proeza de destruir todos os ganhos obtidos na economia americana nos últimos anos.
As tarifas têm efeitos regressivos, atingindo mais duramente as famílias de baixa e média renda. Um estudo do Tax Foundation mostra que os americanos com renda 20% menor que a média, experimentaram uma redução de US$ 146 em sua renda após impostos, devido às tarifas já implementadas. Caso as tarifas agora anunciadas sejam mantidas à médio/longo prazo, essa perda pode aumentar para US$ 453 por família.
Embora a intenção declarada de Trump 2.0 seja reindustrializar os Estados Unidos, algo trazido ao noticiário como novo, nada há, de fato, de novo. Na administração de Barack Obama, foram implementadas diversas iniciativas visando a reindustrialização dos Estados Unidos, demonstrando que a intenção de Donald Trump nesse sentido não é novidade. Em 2014 o presidente Obama anunciou novas ações executivas para fortalecer a manufatura avançada nos EUA, estimular a inovação e continuar tornando o país um polo de novos empregos e investimentos. Em 2009 foi sancionada a Lei de Recuperação e Reinvestimento, um esforço sem precedentes para impulsionar a economia, criar ou salvar milhões de empregos e enfrentar desafios de longa data, permitindo que o país prosperasse no século XXI.
Tarifas como veículo destruidor da poupança da classe média
A classe média americana deve ser particularmente afetada pela queda no mercado acionário, em função da queda generalizada das ações nas bolsas de valores, e da provável recessão em que deve mergulhar a economia americana. Muitos dos que fizeram o “T” já devem estar mais que arrependidos, já que é fato, diferentemente do Brasil, que os trabalhadores dependem de planos de aposentadoria vinculados ao desempenho das empresas negociadas na bolsa. Com as tarifas elevando custos e reduzindo lucros corporativos, o valor desses ativos despencou. O Goldman Sachs estimou que cada aumento de 5 pontos percentuais nas tarifas poderá reduzir os lucros por ação do S&P 500 em até 2%, comprometendo ainda mais os investimentos da classe média.
O custo de vida
O aumento nos preços dos bens importados devido às tarifas vem e vai pressionar os orçamentos familiares, reduzindo o poder aquisitivo e limitando oportunidades para poupar ou investir. Esse ciclo prejudicial reforça como as políticas comerciais unilaterais podem ter efeitos amplos e duradouros na economia doméstica.
O tarifaço de Trump 2.0 já começa a trazer e trará um enorme impacto negativo na vida dos americanos, reduzindo a renda e aumentando o custo de vida das famílias. As radicais medidas isolacionistas e protecionistas impostas por Trump não fazem sentido, e penalizam a sociedade, especialmente os mais pobres e os mais vulneráveis. Para entender melhor os impactos econômicos dessa política, confira o artigo completo no Diário do Centro do Mundo.
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