(Um adendo ao caso dos Palestinos)
De Política em Debate.
Publicado em 04/04/2025, 19:15h
A ideia de que o nazismo buscou inspiração no modelo colonial dos Estados Unidos, para implementar suas políticas no Leste Europeu, pode parecer surpreendente à primeira vista, mas revela uma complexidade sinistra na estratégia expansionista de Hitler. Ao analisar as ações nazistas, fica claro que a busca por um “Lebensraum” (Espaço Vital) na Europa Oriental foi influenciada por conceitos coloniais tradicionais, onde a conquista territorial e a substituição da população nativa por colonos alemães eram vistas como meios legítimos para garantir a supremacia racial e econômica.

A inspiração nos Estados Unidos, conforme destacado pelo historiador Egor Yakovlev, não se limitava apenas à expansão territorial, mas também envolvia a ideia de deslocar ou exterminar populações nativas para dar lugar a novos colonos. Esse paralelo entre as políticas nazistas e o colonialismo estadunidense nos leva a refletir sobre como ideologias racistas e expansionistas podem se manifestar de maneiras diferentes, mas igualmente devastadoras, em diferentes contextos históricos. Esse paralelo com os Estados Unidos feito pelo entrevistado, pode perfeitamente ser estendido às políticas expansionistas do sionismo sobre as terras dos palestinos.
Desde a criação do Estado de Israel em 1948, o povo palestino enfrenta uma sistemática redução populacional em suas terras, fruto de expulsões, massacres e políticas de colonização, que ecoam práticas de colonialismo de assentamento.
Durante a Nakba – Nakba é uma palavra árabe que significa “catástrofe” ou “desastre” e designa o êxodo palestino de 1948 -, cerca de 750 mil palestinos foram expulsos ou forçados a fugir de suas casas, representando aproximadamente 85% da população árabe da região. Mais de 400 vilarejos palestinos foram destruídos, e massacres como os de Deir Yassin exemplificaram a brutalidade do processo. Essa limpeza étnica inicial foi acompanhada por uma contínua fragmentação territorial, com Israel controlando hoje cerca de 85% da área da Palestina histórica.

A população palestina vive em condições precárias. Milhões permanecem como refugiados em campos espalhados por países vizinhos e territórios ocupados. Em Gaza e na Cisjordânia, a densidade populacional é alta, mas as restrições impostas pela ocupação dificultam o acesso a recursos básicos e direitos fundamentais.
Assim como no caso indígena americano, o processo contra os palestinos envolve deslocamentos forçados e substituição populacional. A colonização israelense segue expandindo assentamentos enquanto restringe a presença palestina em suas terras ancestrais—a perpetuação de uma tragédia que desafia princípios universais de justiça e direitos humanos.
O artigo da Sputnik Brasil, que você pode conferir nesse link, oferece uma visão única sobre como o nazismo tentou recriar um modelo colonial no Leste Europeu, à semelhança dos americanos, revelando a complexidade e a brutalidade das políticas de Hitler, que visavam não apenas conquistar territórios, mas deslocar de forma forçada as populações lá residentes e permitir a colonização por alemães em etapa posterior. Nosso adendo ao caso dos Palestinos mostra que essa estratégia macabra perdura, de certa forma é aceita, e segue impune até os dias de hoje.
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