Publicado em 18/03/2025, 15:45h

Editado: 18/03/2025, 17:45h

No contexto de intensas investigações políticas no Brasil, o deputado federal Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, anunciou hoje que se licenciará do cargo de deputado federal para permanecer nos Estados Unidos. Essa decisão ocorre em um momento crítico, com o julgamento iminente no Supremo Tribunal Federal (STF), que pode tornar Jair Bolsonaro réu por tentativa de golpe de Estado, relacionado aos atos de 8 de janeiro de 2023 contra os Três Poderes em Brasília. O julgamento está marcado para os dias 25 e 26 de março de 2025, pela Primeira Turma do STF.

Eduardo Bolsonaro justificou sua decisão alegando perseguição política no Brasil, especialmente por parte do ministro Alexandre de Moraes do STF. Ele expressou medo de ser preso se retornasse ao país, citando a possibilidade de o STF apreender seu passaporte ou decretar sua prisão. Em suas redes sociais, Eduardo afirmou que se licenciará sem remuneração para se dedicar integralmente, segundo palavras dele, o que não necessariamente é a verdade dos fatos, à busca por sanções contra os violadores de direitos humanos, mencionando Alexandre de Moraes e a Polícia Federal como alvos de suas críticas.

A decisão de Eduardo Bolsonaro ocorre em meio a acusações de traição à pátria e suspeitas de envolvimento em articulações para desestabilizar o sistema democrático no Brasil, especialmente em relação aos eventos do 8 de janeiro de 2023.

O Partido Liberal (PL), ao qual Eduardo Bolsonaro pertence, divulgou uma nota lamentando a decisão do deputado. O partido declarou que a saída de Eduardo Bolsonaro é recebida com tristeza e afirmou que ele tem o respeito do partido. Além disso, o PL reiterou sua confiança nas instituições dos Três Poderes para superar o momento difícil que o país está enfrentando.

Eduardo Bolsonaro era cotado para presidir a Comissão de Relações Exteriores da Câmara, cargo que agora poderá será ocupado pelo deputado Coronel Zucco (PL-RS), com o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro. A ausência de Eduardo Bolsonaro pode levar à ocupação de sua vaga na Câmara por um suplente, caso sua licença ultrapasse 120 dias.

De acordo com o site Política em Debate, o futuro político de Eduardo Bolsonaro é incerto, e sua estratégia de buscar proteção nos Estados Unidos pode ser uma tentativa de ganhar tempo ou buscar aliados internacionais. O site também aponta que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, emerge como o principal herdeiro do bolsonarismo para as eleições de 2026, o que pode limitar as chances de Eduardo Bolsonaro em futuras disputas políticas.

Eduardo Bolsonaro mantém uma forte proximidade com a extrema direita americana, especialmente com o ex-presidente Donald Trump e o núcleo conservador republicano. Recentemente, ele articulou a aprovação de um projeto na Comissão Judiciária da Câmara dos Deputados dos EUA, que proíbe a entrada de autoridades estrangeiras que limitem a liberdade de expressão. Essa relação pode influenciar sua estratégia política nos EUA.

É fato que a extrema direita tem crescido no mundo, em especial na Europa e agora com Trump nos Estados Unidos. O Brasil é um laboratório para as experiências políticas da extrema direita e ocupa uma posição geopolítica ímpar, em especial nesse momento, em que Trump tenta desorganizar a atual ordem político-econômica mundial, tendo por pano de fundo o conflito Rússia x Ucrânia, e a tentativa desesperada de impedir que a China se torne, em poucos anos, o poder hegemônico global, juntamente com o BRICS e outras Instituições plurais não atlantecistas, como as asiáticas. E a pergunta é: Aonde a praticamente certa renúncia ao cargo de deputado federal no Brasil se insere essa decisão de Eduardo Bolsonaro, de se licenciar do mandato e permanecer nos Estados Unidos, junto aos mais radicais parlamentares republicanos? O que ele, eles, estão pretendendo?

A CNN o deputado Eduardo Bolsonaro disse à pouco que irá pedir asilo político nos Estados Unidos (video). Aqui no Brasil Jair Bolsonaro diz que não irá fugir. Será? Lula poderia ter fugido quando foi vítima de uma atroz conspiração de setores do judiciário brasileiro. Ele afirmou que não fugiria porque era inocente e iria provar a sua inocência na justiça. Lula ficou preso por 580 dias até que a conspiração para tirá-lo da disputa presidencial de 2018 fosse finalmente provada, e as duas condenações a ele impostas fossem anuladas pelo Supremo Tribunal Federal.

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