O título desse artigo remete à matéria do UOL de autoria da jornalista Thais Bilenky

A Polícia Federal revelou, no bojo da operação ContraGolpe, que o general Walter Braga Netto, candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro nas eleições de 2022, esteve diretamente envolvido no planejamento da execução do assassinato do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. As investigações apontam que Braga Netto não apenas participou das discussões, mas também ofereceu sua residência para encontros conspiratórios, onde os detalhes do plano foram delineados.

Publicado em 19/11/2024, 18:25h

Segundo o relatório da Polícia Federal, os monitoramentos das autoridades começaram após uma reunião realizada na casa de Braga Netto no dia 12 de novembro de 2022. O plano previa a criação de um “Gabinete de Crise” em 16 de dezembro de 2022, logo após o golpe de Estado. Esse gabinete seria liderado pelos generais Braga Netto e Augusto Heleno e contaria com a participação de outros envolvidos, como o general Mario Fernandes e Filipe Martins, assessor especial da Presidência durante o governo Bolsonaro.

Depois da derrota para Lula em 2022, Braga Netto se tornou assessor do PL, partido de Bolsonaro, recebendo proventos até fevereiro de 2024, quando Valdemar Costa Neto, presidente do Partido Liberal (PL), suspendeu os salários do general Walter Braga Netto e de Marcelo Câmara, ex-assessor de Jair Bolsonaro.

Braga Netto ocupava o cargo de Secretário Nacional de Relações Institucionais no PL e recebia cerca de R$ 28 mil mensais. A suspensão ocorreu devido às investigações da Polícia Federal sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado.

Nesta terça-feira, 19 de novembro, a Polícia Federal realizou uma operação que resultou na prisão preventiva de quatro militares e um policial federal. Entre os detidos estão Hélio Ferreira Lima, Mario Fernandes, Rafael Martins de Oliveira, Rodrigo Bezerra de Azevedo e Wladimir Matos Soares, este último pertencente à Polícia Federal. Esses militares, conhecidos como “kids pretos” por sua atuação nas Forças Especiais, são suspeitos de integrar o esquema que buscava monitorar rotinas, armamentos e os responsáveis pela segurança do presidente Lula e do ministro Alexandre de Moraes.

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As investigações também revelaram que o plano era minucioso. Foram realizados levantamentos detalhados sobre os nomes, as rotinas e o equipamento usado pelos seguranças das autoridades. Essa preparação visava neutralizar as forças de proteção e possibilitar a execução de Lula, Alckmin e Moraes.

A operação da Polícia Federal trouxe à tona um dos episódios mais graves de conspiração contra a democracia no Brasil, envolvendo figuras de alto escalão do governo anterior. O ministro Alexandre de Moraes, que era um dos alvos do plano, determinou a quebra do sigilo das investigações, permitindo que detalhes cruciais viessem a público. A jornalista Thais Bilenky, do UOL, que divulgou as informações, também destacou que a assessoria de Braga Netto foi procurada, mas ainda não se pronunciou.

As ações da Polícia Federal continuam em curso, com a expectativa de que mais provas e nomes venham a público nas próximas etapas da operação ContraGolpe. Todos os mandados de prisão, autorizados pelo STF, foram cumpridos pela PF hoje.

Ainda no UOL o articulista Walter Maierovitch deu a sua opinião sobre esse momento. Algumas das observações do colunista são mostradas abaixo.

“Bom dia, Fabíola, Raquel, Josias, ouvintes.

Fabíola eu quero focar, já que minha participação é jurídica, num ponto que me parece fundamental, ou seja, a as prisões preventivas, as prisões cautelares todas.

E as prisões, quando cautelares, são baseados no princípio da necessidade. Então vejam, nós temos prisões preventivas já de 4 militares e um policial federal. Agora vou ao ponto das provas recolhidas até agora mostram de maneira induvidosa.

Nós estamos numa fase de inquérito ainda.

Muito a mais, as provas mostram a participação do ex presidente Jair Bolsonaro. Agora, o inquérito está mostrando também algo que me parece errado. Por quê?

Porque só apenas 4 foram presos preventivamente, quando o fato é extremamente grave.

Foi usada uma força especial, uma força tão especial que não costuma errar preparadíssima. Existem depoimentos, como, por exemplo, do Mauro cid, a mostrar todo esse quadro, todo essa manobra a aproveitar uma pessoa.

Bolsonaro, que é o chefe do golpe, da operação. Então, por que? Por que só 4 presos preventivamente?

Eu sei que o Supremo Tribunal Federal tem orientação jurisprudência de que a gravidade do crime, por si só, não autoriza a prisão preventiva.

Que não se pode misturar o mérito, o merecimento. Quer dizer todos esses fatos com uma prisão que não pode ser antecipação de julgamento. Mas o que que nós temos?

Fabíola nós temos um Bolsonaro ativo, um Bolsonaro golpista, violento. Nós tivemos há pouco um episódio que é fruto do bolsonarismo jogar bombas no supremo.

Tudo isso está a apontar o que? Que o golpismo continua, que atos anti democráticos continuam, que riscos a ministros do supremo continuam. Então a pergunta, há necessidade de uma prisão, de um Bolsonaro?

Diante de tudo isso que tá nesse inquérito, diante de todas essas provas, é evidente que há necessidade.

E o que que falha a justiça nesse tratamento desigual? Por que só 4 militares? Esses eram os operadores.

Qual é a cabeça de tudo isso? Que engendrava tudo isso? Então me parece que tudo isso está incompleto, porque faltou a prisão preventiva de Bolsonaro.

…”

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