Da coluna do Guilherme Amado do Metrópoles. Preso pela Polícia Federal, Sérgio Cordeiro é capitão da reserva e trabalhou com Jair Bolsonaro no Palácio do Planalto e na Câmara.
17 de maio de 2023, 19:12h
Sérgio Cordeiro, ex-assessor de Jair Bolsonaro detido pela Polícia Federal (PF) na operação contra fraudes em dados de vacinas, planeja admitir perante o Ministério Público Federal sua participação na adulteração do cartão de vacinação, buscando um acordo de não persecução penal aplicável a crimes não violentos e de baixa gravidade.
Cordeiro, que é capitão da reserva do Exército, trabalhou anteriormente no gabinete de Bolsonaro durante seu mandato na Câmara e posteriormente se tornou seu segurança durante a presidência. No ano passado, Bolsonaro mencionou que gravava suas transmissões ao vivo em uma residência de Cordeiro, localizada em Brasília.
No dia 3 deste mês, Cordeiro e outros cinco ex-assessores de Bolsonaro foram presos pela PF. Segundo as investigações, Cordeiro emitiu um certificado de vacinação com informações falsas em dezembro, pouco antes de viajar com Bolsonaro para os Estados Unidos. O grupo é suspeito de envolvimento em fraudes relacionadas aos cartões de vacinação contra a Covid. Um dos indivíduos detidos é o tenente-coronel Mauro Cid, que atuava como ajudante de ordens de Bolsonaro e teria orientado o pagamento em dinheiro vivo de despesas da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.
Para que um acordo de não persecução penal seja aceito pelo Ministério Público, é necessário que seja considerado suficiente para reprimir e prevenir o crime confessado. Além disso, o crime em questão deve ser desprovido de violência ou ameaça.
O cerco está se fechando em torno de Bolsonaro. Ele conta com a lealdade de seus auxiliares e ex-auxiliares em assumir toda as responsabilidades pelos maus feitos e crimes de que é direta ou indiretamente acusado. Na última oitiva na Polícia Federal ele teria dito que a adulteração de seu cartão de vacinação teria ocorrido à sua revelia, sem o seu conhecimento, e que seria, portanto, obra de seu ajudante de ordens o tenente coronel Mauro Cid, também preso, jogado dessa forma “aos leões”.
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