Segundo mensagens que teriam sido encontradas no celular de Bolsonaro, o plano era vencer a eleição, instaurar um inquérito contra Lula e prendê-lo.

Em outras palavras. O plano seria prender o principal líder da futura oposição, caso Bolsonaro vencesse, e já começar a implantar um governo autocrático, aos moldes do da Hungria, da Rússia e da Turquia. Na verdade, desde que assumiu o governo em 01 de janeiro de 2019, o plano de Bolsonaro e de seus parças da extrema direita sempre foi esse.

17 de maio de 2023, 18:22h

Jair Bolsonaro (PL) planejava a prisão de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), caso fosse reeleito, no início de 2023. De acordo com a coluna do jornalista Daniel Cesar, do IG, foram encontradas conversas no celular do ex-presidente entre Bolsonaro e o então ministro da Justiça, Anderson Torres, sobre essa eventual prisão de Lula.

“A coluna recebeu trechos das conversas entre Bolsonaro e Anderson Torres, indicando um plano para prender Lula. Uma fonte revelou que Bolsonaro queria que a PF investigasse Lula e pedisse sua prisão preventiva, enquanto Torres seria responsável por encontrar um juiz disposto a assinar a ordem de prisão”, destaca a reportagem.

A intenção era aproveitar o fato de que, se Lula fosse derrotado nas eleições, ele perderia o foro privilegiado e, consequentemente, não seria julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), abrindo a possibilidade de um juiz de primeira instância emitir a ordem de prisão contra ele. Como aconteceu justamente o contrário, isto é, Lula venceu Bolsonaro e venceu de novo ao abortar a tentativa de golpe de estado de 08 de janeiro, agora é Bolsonaro, que já depôs na Polícia Federal pela quarta vez, ter em algum momento a sua prisão preventiva pedida pela PF ou mesmo a ordem sujeito a que a ordem seja emitida por um juiz de primeira instância, visto que Bolsonaro tem vários de seus quase 600 processos encaminhados para a primeira instância, pois foi ele que perdeu o foro privilegiado.

O plano estava em andamento até o final de setembro, com a operação sendo programada para uma semana após as eleições, caso Bolsonaro fosse reeleito. Nos trechos disponíveis, não é revelada a acusação específica ou se havia motivação política por trás da prisão planejada. No entanto, os indícios sugerem que Bolsonaro desejava prender seu principal adversário, independentemente da acusação ou suposto crime”, diz a reportagem.

Após o primeiro turno das eleições presidenciais, o plano de prisão foi alterado, de acordo com uma fonte do Ministério da Justiça do governo Bolsonaro citada pelo colunista. “Eles mudaram de ideia e investiram em operações durante o segundo turno para impedir as pessoas de votar”, afirmou a fonte, referindo-se às operações da Polícia Rodoviária Federal (PRF) que dificultaram o acesso de eleitores de Lula – principalmente no Nordeste – aos locais de votação em 30 de outubro, data do segundo turno. O caso está sendo investigado pela Polícia Federal. “Se Lula tivesse perdido, ele estaria preso hoje”, resumiu a fonte citada na reportagem.

Quanto a Anderson Torres, o ex-ministro da Justiça foi preso sob suspeita de omissão nos atos terroristas de 8 de janeiro em Brasília, mas foi solto na semana passada após quatro meses de prisão, por decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. E quanto à Bolsonaro, mais do que nunca, segue acuado e agora começa a tentar criar uma narrativa de que está sendo perseguido por motivos políticos. Só mesmo os terraplanistas para engolir uma narrativa fajuta dessa.

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