“Ficam dizendo que são patriotas, mas são traidores. Cantam o hino nacional, juraram defender a pátria, mas traíram a Constituição”, disse o ministro da Justiça.
26 de abril de 2023, 18:17h
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, afirmou que os ataques terroristas de 8 de janeiro, nos quais militantes bolsonaristas e de extrema direita invadiram e vandalizaram as sedes dos Três Poderes, em Brasília, contaram com a participação de “generais e oficiais traidores do Brasil”.
“Já foram ouvidos cerca de cem militares. O nível hierárquico desses militares está aumentando. Estou falando de generais, de oficiais, que traíram. São traidores do Brasil. Ficam dizendo que são patriotas, mas são traidores. Cantam o hino nacional, juraram defender a pátria, mas traíram a Constituição”, disse Dino em entrevista ao ICL Notícias.
De acordo com o ministro, as investigações apontam para três núcleos que agiram na tentativa golpista em 8 de janeiro.
“Tivemos três vertentes que levaram ao 8 de janeiro. O núcleo econômico, que parece não envolver grandes empresários. São grandes empresários em contextos regionais. O segundo núcleo é político e o mais notável e identificado é meu antecessor [Anderson Torres]. E em terceiro lugar, tivemos o núcleo militar”, afirmou o ministro da justiça.
Os generais mais citados nessa tentativa de golpe de estado contra o governo eleito de Luís Inácio Lula da Silva seriam aqueles oficiais superiores diretamente ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro, isto é, o general Augusto Heleno, e agora também, o general Braga Netto, que concorreu contra Lula, como vice, na chapa 2022 de Bolsonaro.
Braga Netto, em algumas oportunidades, de forma arbitrária e autoritária, ressoando o discurso anti voto via urnas eletrônicas de Bolsonaro, disse que se “não houvesse voto impresso não haveria eleição”. Essas declarações foram públicas, acintosas à democracia e a justiça eleitoral, denotando o caráter distópico do ex-governo Bolsonaro, e de seus generais radicais.
Vejam o vídeo do ICL com as declarações do ministro Flávio Dino.
Leia mais
Ministro Cappelli volta a culpar o general Augusto Heleno pelo terrorismo de 8 de janeiro
Indonésia rechaça Visa e Mastercard e lança seu próprio sistema de cartão bancário
Rogério Correia: ‘Bolsonaro foi o mandante do vandalismo golpista’
Por 8 a 2, STF torna réus 100 dos denunciados pelo 8/1
Após acusar Lula sem provas, Antônio Palocci agora quer rever sua delação à PF
Gonçalves Dias diz que não foi omisso e que não tem responsabilidade sobre atos de 8/1
Lula mandou ministro interino demitir servidores do GSI envolvidos no 8 de janeiro
Análise: Caso GSI mantém ataque golpista a Brasília como obra da extrema direita