A CNN protegeu a identidade dos oficiais, mas Alexandre de Moraes, do STF, determinou que o GSI fornecesse o nome de todos os servidores que aparecem nas imagens.
22 de abril de 2023, 17:29h
Diversos militares foram flagrados circulando entre os apoiadores bolsonaristas que invadiram o Palácio do Planalto em 8 de janeiro, além do ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Gonçalves Dias. Embora a CNN Brasil tenha ocultado a identidade dos oficiais, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes ordenou que a lista de servidores que aparecem nas imagens fosse fornecida pelo ministro interino do GSI, Ricardo Cappelli.
Os militares identificados até esse momento são:
Capitão José Eduardo Natale de Paula Pereira, que foi filmado distribuindo água aos invasores do Planalto e fez parte da equipe de viagem de Jair Bolsonaro e do ex-vice-presidente Hamilton Mourão;
General Carlos Feitosa Rodrigues, que ocupava o cargo de Secretário de Segurança e Coordenação Presidencial no GSI e foi substituído 21 dias após os ataques de 8 de janeiro;
Coronel Wanderli Baptista da Silva Junior, ex-comandante do 4º Batalhão de Polícia do Exército;
Coronel Alexandre Santos de Amorim, que coordenava as Avaliações de Risco do GSI e foi mencionado pelo ex-comandante militar do Planalto, general Gustavo Henrique Dutra, em seu depoimento à Polícia Federal;
Coronel André Luiz Garcia Furtado, coordenador geral de Segurança das Instalações nomeado por Augusto Heleno em 2020 e que já havia trabalhado com militares da Presidência da República entre 2009 e 2011;
Tenente Coronel Alex Marcos Barbosa Santos, assessor técnico militar que está no GSI desde agosto de 2019;
Tenente-Coronel Marcus Vinicius Braz de Camargo, chefe da Assessoria Parlamentar Especial do GSI, nomeado no primeiro dia do governo Lula (PT) em 2023.
Também foi identificado o Capitão do Exército Adilson Rodrigues da Silva, que ingressou no GSI em dezembro de 2021.
Hoje, 22 de abril, com autorização do Ministro Alexandre de Moraes, após consulta do GSI ao STF, o ministro interino do Gabinete de Segurança Institucional, Ricardo Capelli, tornou públicas todas as 160 horas de gravações disponíveis pelo GSI, a fim de dar total transparência à sociedade, e que, parte, foi seletivamente vazadas, ao que se sabe, pelo jornalista Leandro Magalhães, da CNN, principal interlocutor de Jair Bolsonaro (PL) na mídia liberal e responsável pelo vazamento das imagens que mostram o general Gonçalves Dias andando entre os apoiadores. Leandro Magalhães trabalhou por 3 anos no gabinete do deputado Eduardo da Fonte, de Pernambuco, que foi vice-líder do PP em 2022. A informação foi revelada pelo jornalista Leandro Demori no Twitter e aprofundada pela Fórum, que confirmou a veracidade das informações.
Segundo o Camarote da República no Twitter, o vídeo apresentado pela CNN foi editado. Foram identificados seis cortes no material:
Primeiro corte: 16h29min40seg
Segundo corte: 16h31min49seg
Terceiro corte: 15h11min22seg
Quarto corte: 15h25min44seg
Quinto corte: 15h58min39seg
Sexto corte: 16h00min
A Nota Oficial emitida pelo GSI a respeito do vazamento do vídeo editado pela CNN, com vistas a fragilizar o governo Lula e “dar elementos” à instalação de uma CPMI do dia 08 de janeiro, tão desejada pela milícia parlamentar bolsonarista, que tenta inverter a realidade do que ocorreu no dia 08, procurando criminalizar a administração do Governo Lula pelos atos de depredação e terrorismo praticados pelos radicais adeptos de Jair Bolsonaro, é transcrita abaixo.
“Gabinete de Segurança Institucional (GSI)
NOTA DE ESCLARECIMENTO
respeito de reportagem veiculada no dia de hoje, sobre os ataques do 8 de janeiro, o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI) esclarece que as imagens mostram a atuação dos agentes de segurança que foi, em um primeiro momento, no sentido de evacuar os quarto e terceiro pisos do Palácio do Planalto, concentrando os manifestantes no segundo andar, onde, após aguardar o reforço do pelotão de choque da PM/DF, foi possível realizar a prisão dos mesmos.
Quanto as afirmações de que agentes do GSI teriam colaborado com os invasores do Palácio do Planalto, informa-se que as condutas de agentes públicos do GSI envolvidos estão sendo apuradas em sede de sindicância investigativa instaurada no âmbito deste Ministério e se condutas irregulares forem comprovadas, os respectivos autores serão responsabilizados.
Cabe ainda ressaltar que as imagens de câmeras de segurança do Palácio do Planalto, gravadas no dia 8 de janeiro, fazem parte de Inquérito Policial instaurado no âmbito do STF, e o GSI não autorizou ou liberou qualquer imagem que não fosse destinada aos órgãos investigativos responsáveis, tendo em vista a proteção do sigilo do inquérito, previsto no art. 20 do Código de Processo Penal.
Assessoria de Comunicação Social do GSI/PR
Brasília, DF, 19 de abril de 2023.“
No vídeo do Brasil 247, mostrado a seguir, o ministro Ricardo Capelli dá detalhes da disponibilização à sociedade de todas as gravações do GSI. Ele afirma que civis e militares filmados nos vídeos do dia 8 de janeiro serão identificados pela Polícia Federal, investigados, processados e punidos se forem considerados culpados pela participação do ato terrorista, e da tentativa de golpe de estado contra Luis Inácio Lula da Silva.
Leia mais
Lula mandou ministro interino demitir servidores do GSI envolvidos no 8 de janeiro
Análise: Caso GSI mantém ataque golpista a Brasília como obra da extrema direita
A construção de uma “narrativa” de nova tentativa de golpe contra Lula e o Povo Brasileiro
O Brasil e a mídia corporativa peçonhenta
Policial da PF que denunciou Heleno e GSI: “Típico general de ocasião, um covarde”
Haddad diz que manterá isenção de impostos em encomendas internacionais até US$ 50
Igreja Universal condicionava casamento de pastores a vasectomia
Eduardo Cunha : ” O Moro era chefe de gangue. Essa é que é a verdade“