O ex-chefe do GSI disse à Polícia Federal que agiu para impedir os protestos golpistas. O general também teria demonstrado interesse em colaborar com as investigações.
22 de abril de 2023, 18:43h
O ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Gonçalves Dias, declarou que não tem responsabilidade pelos atos golpistas ocorridos em 8 de janeiro, quando radicais terroristas apoiadores de Jair Bolsonaro invadiram a Praça dos Três Poderes em Brasília. Ele ainda afirmou que não foi omisso e tomou medidas para impedir os protestos. O general também manifestou interesse em colaborar com as investigações. A informação foi divulgada pela CNN Brasil.
Durante o depoimento à Polícia Federal (PF) na sexta-feira (21), Gonçalves Dias afirmou que teria prendido o Major do Exército, José Eduardo Natale de Paula Pereira, caso o visse entregando água aos terroristas bolsonaristas que invadiram o Palácio do Planalto. Segundo ele, “se tivesse presenciado, teria prendido”.
A oitiva foi realizada por ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, depois que a CNN Brasil divulgou imagens de Gonçalves Dias no edifício durante os ataques. Em decorrência da repercussão do caso, Gonçalves Dias renunciou ao cargo na quarta-feira (19).
Ricardo Capelli, nomeado por Lula para comandar interinamente o GSI, acredita que a divulgação da íntegra das imagens vai deixar claro que o general Gonçalves Dias foi vítima de uma armação e que “não há qualquer possibilidade de ilação com relação à conduta do general”. Cappelli pediu a Alexandre de Moraes a liberação da íntegra das imagens, que estavam sob sigilo por fazer parte do inquérito sobre os atos terroristas que corre na corte. O ministro atendeu a solicitação e liberou as imagens na sexta-feira (21).
Em entrevista ao jornal O Globo, Cappelli afirmou que as imagens sem cortes ou edições irão comprovar que Gonçalves Dias é um servidor com décadas de serviços prestados ao Estado brasileiro e que a edição da CNN Brasil tinha um claro intuito de atingir o governo e o general. Ele ainda elogiou a decisão do general em se afastar das funções para que não houvesse dúvida sobre a lisura da conduta dele.
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