21 de abril de 2023, 17:11h

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva ordenou que o novo ministro interino do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Ricardo Cappelli, realize um “raio-x” na pasta para identificar possíveis participantes da tentativa de golpe ocorrida em 8 de janeiro e que os envolvidos fossem demitidos do GSI. O ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, confirmou a informação, afirmando que “quem participou, mobilizou, fez parte, financiou os atos, esteja trabalhando onde estiver, não ficará com as mesmas responsabilidades no governo do presidente Lula”.

Membros do governo com funções na Presidência agora falam sobre a necessidade de acelerar a “desbolsonarização” do GSI e até mesmo de outros Ministérios, especialmente aqueles situados no Palácio do Planalto. Padilha defendeu que Cappelli colabore com as instituições que estão investigando o caso e que fazem uma varredura no GSI para identificar evidências da relação de servidores civis e militares com os atos terroristas.

A necessidade de fazer uma varredura no GSI se tornou uma pauta prioritária do governo após a demissão do ex-titular da pasta, general Gonçalves Dias, que foi o primeiro ministro a deixar o cargo na gestão de Lula. Dias pediu a exoneração depois que a CNN divulgou vídeos do sistema interno do Planalto em que ele aparece escoltando os vândalos bolsonaristas que invadiram o prédio no dia 8 de janeiro para fora do terceiro andar, onde fica o gabinete de Lula.

CPMI do dia 08 de janeiro

O governo já admite que a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), que investigará os responsáveis pela invasão aos prédios dos Três Poderes em 8 de janeiro, é inevitável. O ministro da Casa Civil, Padilha, orientou os líderes de partidos aliados a indicarem nomes para compor o colegiado, mas ainda não definiu a estratégia em relação ao ex-presidente Jair Bolsonaro.

De acordo com o ministro, a CPMI deve ser um espaço de “embate político” sobre a tentativa de golpe. Ele afirmou que a Polícia Federal e o Judiciário estão empenhados em apurar, punir e identificar responsáveis pela invasão. No entanto, a CPMI pode trazer novos elementos sobre os responsáveis pelo financiamento dos atos.

O chefe da articulação política do governo declarou que Bolsonaro ainda não é o alvo principal dos aliados de Lula. A posição sobre o papel do ex-presidente nos ataques será definida após a instalação da CPMI. Ele afirmou que todos os responsáveis pelos atos serão mirados, mas ressaltou que Bolsonaro é o “moral, espiritual e organizativo” dos atos de 8 de janeiro, por ter semeado o ódio durante quatro anos.

No frigir dos ovos, a tão propalada CPMI do dia 08 de janeiro, que a milícia parlamentar bolsonarista queria tanto que fosse instalada, para assim tumultuar a vida política do país e mesmo tentar responsabilizar o governo Lula pelo 08 de janeiro, pode ser um tiro no pé. Já se fala que um dos alvos da CPMI, por parte dos governistas, seria Carlos Bolsonaro, e que seria ainda prioritário identificar os financiadores pela tentativa de golpe.

A verdade é que já há 100 tornados réus pelo STF pela participação ativa nos atos terroristas do dia 08 de janeiro, e mais de um milhar aguardando igual destino, mantidos presos na “Papuda” ou “Colmeia”. Os acusados são os primeiros de 1.390 outros denunciados pela PGR, pela ação que resultou na depredação de prédios das instituições democráticas.

Apesar da tentativa de inversão dos fatos do 08 de janeiro pelos parlamentares bolsonaristas, não há sequer um preso, ou que tenha sido preso, nos atos terroristas do dia 08 de janeiro que sejam esquerdistas. Todos são militantes e seguidores de Bolsonaro.

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