07 de abril de 2023, 19:10h
Durante um depoimento de três horas à Polícia Federal, que investiga possíveis crimes de peculato (apropriação de bem público) e descaminho, Jair Bolsonaro afirmou ter tomado conhecimento das joias ilegalmente introduzidas no Brasil somente um anos após o fato. Entretanto, segundo um documento oficial, Bolsonaro teria tentado reaver os itens três dias após a retenção da Receita Federal.
Entre as joias havia um estojo destinado a Michelle Bolsonaro, avaliado em R$ 16,5 milhões, e dois outros estojos de joias masculinas, contendo relógios caríssimos em ouro branco cravejados de diamantes, destinados a ele. O valor total desses presentes é de R$ 20 milhões.
No entanto, um ofício do gabinete da Presidência da República desmente a versão contada por Bolsonaro. O documento foi enviado ao ministério de Minas e Energia apenas três dias após a apreensão das joias. Nele, Bolsonaro solicita que os objetos sejam encaminhados para que possam ser incorporados ao acervo privado do Presidente da República ou ao acervo público da Presidência da República.
As joias foram retidas pela Receita Federal durante a revista de uma mochila em poder de um assessor do então ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque. O caso é investigado pela Polícia Federal por suspeitas de peculato e descaminho.
Ao mentir à PF Bolsonaro abriu as portas para ser indiciado, pelo menos, pelo crime de peculato, que pode lhe render até 12 anos de prisão.
E para completar o vexame de um ex-presidente depondo sobre um crime que o linguajar popular clamaria de “ladroagem”, Jair Bolsonaro ainda afirmou em seu depoimento à PF que está de posse de mais nove mil itens, guardados no acervo pessoal dele. Ele também disse que está colocando os materiais à disposição do Tribunal de Contas da União (TCU). As informações foram divulgadas ao vivo na CNN Brasil.
O ex-ocupante do Planalto deu informações sobre as joias recebidas do governo da Arábia. De acordo com a legislação, presentes que não sejam estritamente pessoais e de baixo valor e personalíssimos, como um boné ou camiseta, são patrimônio do Estado brasileiro e não bens pessoais.
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