02 de abril de 2023, 18:17h

O Instituto Datafolha realizou uma pesquisa de opinião pública sobre o governo Lula entrevistando 2.028 pessoas em 126 municípios. A sondagem aconteceu nos dias 29 e 30 de março, com margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

De acordo com a pesquisa, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva obteve 38% de aprovação e 29% de reprovação nos primeiros três meses. Além disso, 30% consideram o governo como regular e 3% não souberam responder.

O índice de reprovação do presidente é o mesmo que o do governo Bolsonaro na mesma época do mandato de 2019.

Comparado aos seus mandatos anteriores, se olharmos somente os números, essa foi a pior avaliação do presidente Lula. Em 2003, após três meses do início do governo, Lula obteve 43% de ótimo ou bom e, em 2007, 48%, isto é, no seu segundo mandato, vindo de um enorme êxito no primeiro.

Em termos de números, é impossível uma comparação justa entre os dois momentos políticos, isto é, o pós eleição em 2003 e o de agora. A polarização que vem se dando no país não permite olhar esses números de forma simplista. Na verdade, considerando-se que 49% dos eleitores do país há pouco votaram em Bolsonaro, 38% de aprovação e 30% de regular para o atual governo são números bastante positivos.

Outro fato a se considerar, e que ratifica os bons números de agora, é que desde 2016 a imagem de Lula e do PT foram sistematicamente destruídas, de forma fraudulenta, via a operação politico-judiciária Lava Jato em conluio com as mídias corporativas patronais. e que culminou com a prisão injusta de Lula por 580 dias, depois anulada pelo STF.

A SECOM tem um formidável desafio pela frente. Não dá mais para se imaginar que o jogo político e eleitoral se dê sem que haja uma profunda revisão das estratégias de comunicação de massa com a sociedade. A figura do “pobre de direita” só se consolidou nesses últimos anos por que a direita e a extrema direita foram muito hábeis em explorar e ressonar as mídias sociais a seu favor. Não é necessário mentir, mentir, mentir, como a extrema direita fez e faz desde 2018. Entretanto, entender, modelar e usar, destro dos ditames da lisura e do Estado de Direito, o que deu certo em termos de comunicação social, é fundamental nesses novos tempos.

Não nos parece que estejamos sendo profissionais nesse novo modo de comunicação. Um dos modelos desenvolvidos pela direita para manter a dominância da informação é transformar influenciadores digitais em políticos e elegê-los …E isso vem sendo feito aqui e em vários países, infelizmente com sucesso.

Nós não entendemos por que a SECOM não modela a forma como a direita e a extrema direita agem na comunicação com os diferentes segmentos da sociedade. Há mecanismos que eu diria simples. Um deles seria formar um “coletivo” de canais YouTube, TikTok, Kwai, a favor de publicitar a agenda do governo. Um outro “coletivo” seria formado para blogs publicitarem conteúdo de influenciadores digitais – Felipe Neto e outros, de política – André Janones e Gleisi Hoffmann e outros, de jornalistas positivos ao governo – Reinaldo Azevedo e outros, e também publicitar á exaustão as boas obras do governo. Mas nada parece acontecer nesse momento. Fica a sugestão para o senhor ministro Paulo Pimenta. Nós faríamos isso – em não havendo óbices legais – imediatamente, tendo por resposta dessas ações, pesquisas de opinião como essa do Data Folha.

Outro aspecto que nos parece óbvio é que centrar esforços em desmentir fake news não é a melhor estratégia. É jogo perdido. Façamos o oposto. Os quase 100 dias de governo Lula é virtuoso. O que se anuncia de publicitação? Nada organizado. Nada.

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