26 de março de 2023, 18:40h
A caricaturesca figura do ex- paladino anti corrupção Moro volta à cena. Defenestrado que foi pelo STF como parcial em todos os processos que envolveram o Presidente Lula, e que encontrou refúgio no parlamento eleito senador (sic), por um eleitorado que a tudo parece perdoar, inclusive à toda a farsa em que se transformou a operação Lava Jato, sob a batuta de Moro e de Dallagnol que, também defenestrado, encontrou “abrigo” na Câmara dos Deputados, nessa legislatura recheada de personagens caricatos como Nikolas Ferreira e outros de extrema direita menos notados, mas não piores ou mais medíocres.
Pois bem…De candidato à presidência fracassado, o agora senador Moro, uma figura sem qualquer expressão, “ressuscitou” aos holofotes da mídia chapa branca, que o ungiu a quase mártir quando, em um “time” impressionante – após Lula declarar ao Brasil 247 sentimentos, digamos, não tão pueris a respeito de Moro – veio à tona o já conhecido “plano de criminosos do PCC” em atentar contra autoridades, dentre elas, aproveitando o “gancho” (?), Sergio Moro.
Como o Presidente Lula, mais do que ninguém, conhece o “histórico de Moro” e asseclas, ele levantou dúvidas, não se o plano dos criminosos do PCC não existisse, mas sim se realmente um dos “alvos” dos bandidos seria Moro. Dúvida essa a nosso ver pertinente. Até por que um dos advogados de dois dos suspeitos, e que teve acesso ao teor do inquérito do PF, declarou não ter visto o nome de Sergio Moro dentre aquelas autoridades que estariam sob a mira do PCC.
O alvoroço das mídias chapas brancas foi realmente ridículo. para dizer o mínimo. Elas saíram em defesa de Moro, que a essa altura já “surfava” no noticiário. E assim Moro veio com tudo, inclusive ressuscitando as velhas acusações de que o Partido dos Trabalhadores e mesmo Lula – tentativa de golpe? – pudesse ter ligações com o PCC, conforme divulgado nos noticiários.
A resposta do PT veio nas figuras da Presidente Gleisi Hoffmann que chamou Moro de delinquente e disse compreender as dúvidas de Lula sobre o ex-juiz suspeito.
Segundo a deputada, o agora senador “vive da mentira desde o tempo em que foi juiz”, e não seria diferente agora que ele tenta armar contra o presidente Lula mais uma vez.
“Moro teria sido jurado de morte pelo Primeiro Comando da Capital (PCC) por conta de suas ações contra o grupo criminoso durante o período em que esteve à frente do ministério da Justiça. No entanto, o presidente Lula disse que o caso coberto de mentiras parece “armação” do ex-juiz suspeito.”
Segundo Gleisi, “não foi Moro o responsável pela transferência do chefe do PCC para presídio federal. Foi a Justiça de São Paulo, a pedido do promotor Lincoln Gakiya, que comandou toda a operação em 2018″.
Além de Gleisi Hoffmann, o ministro Flávio Dino chamou Moro de canalha por inventar ligação do PT com o PCC. “Não há imunidade parlamentar para canalhice”.
Flávio Dino chamou as ações recentes do ex-juiz suspeito, e agora senador, de “canalhice”, após o parlamentar associar, sem provas, um suposto juramento de morte que teria recebido do PCC com o Partido dos Trabalhadores.
“Não há indício, prova, nada; só canalhice mesmo. Lembro que não há imunidade parlamentar para proteger canalhice”, escreveu o ministro em seu Twitter.
Já o jornalista Moisés Mendes pergunta: A armação é mais ampla, mas o ex-juiz aguentará o tranco?
A armação em torno de Sergio Moro no suposto duelo suspeito com o PCC é mais abrangente e ambiciosa do que parece à primeira vista.
Os veículos de comunicação Globo, Folha e Estadão estão orquestrando uma tentativa de ressuscitar a imagem do ex-juiz, que é considerado um possível substituto de Bolsonaro, enfraquecido devido às denúncias de tráfico de joias e caminhando para a inelegibilidade.
É um esforço quase desesperado para transformar Moro no inimigo número um do PCC e da criminalidade pesada, mas ele nunca liderou uma operação para capturar Marcola e outros líderes da organização.
Moro nunca teve as condições necessárias para entrar nessa briga de alto nível. É importante enfatizar que existem indícios de que Marcola jurou Moro de morte e há um possível plano para capturá-lo.
No entanto, é importante esclarecer que nada disso está acontecendo porque Moro perseguiu o PCC. A situação é bem diferente disso.
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