13 de março de 2023, 17:10h
Essa semana o ex-ministro das minas e energia, Almirante Bento Albuquerque, agraciado no apagar das luzes do governo Bolsonaro com uma “boquinha”, isto é, um cargo no Conselho de Administração da Binacional Itaipu – com vencimento de R$ 34 mil/mês – irá depor, intimado pela Polícia Federal, no escândalo de descaminho dos dois pacotes de jóias das Arábias, destinados à Michelle e Jair Bolsonaro.
O jornalista Josias de Souza comenta que esse primeiro depoimento de Bento Albuquerque é muito importante, primeiro porque ele é a “mula” nesse escândalo. Foi ele que trouxe os presentes ou supostos presentes que, nessa altura, não dá nem para a gente dizer que foi presidente da Arábia Saudita, uma vez que o que o escracho é tão grande que todo mundo suspeita que aquilo é propina, é suborno, e não propriamente um presente.
O que se dizia na semana passada é que o ministro Bento Albuquerque estaria disposto Inclusive a modificar aquela primeira versão que ele deu no desembarque vindo da Arábia Saudita, quando foi chamado, depois de passar pela alfândega, para tentar “safar” o seu assessor pilhado pelos fiscais da Receita, com o pacote de joias de R$16,5 milhões, e que ele disse que era para a ex-primeira dama Michelle Bolsonaro.
Ele agora, ao que parece, refaria esta versão inicial, não Implicando a ex-primeira dama, e estaria disposto Inclusive a aliviar a situação do próprio Bolsonaro.
Josias prossegue dizendo que cada centímetro a menos que o Almirante Bento Albuquerque oferecer aos investigadores na direção de Bolsonaro ou da família Bolsonaro, significará alguns metros de aprofundamento do seu próprio drama criminal, porque o Almirante não está bem nessa foto.
Nas redes sociais, os bolsonaristas tentam construir a narrativa de que Bolsonaro tem nada a ver com isso e que toda a responsabilidade desse escândalo seria do Almirante Bento Albuquerque e dos demais militares envolvidos nessa tramoia milionária.
Bento Albuquerque, se mantendo fiel à Bolsonaro, irá irremediavelmente enlamear seu nome e o de todas as forças armadas. A mística de probidade, correção imaculada dos militares irá, de vez, ruir por terra. Aliás, o que se viu nesses 04 anos de governo Bolsonaro já derrubou essa falácia, que a sociedade pensava ser verdadeira.
À CNN Bolsonaro confessou estar com as joias masculinas avaliadas em R$ 400 mil. Ele é acusado, o que parece ser o óbvio, de tentar também se apropriar das valiosíssimas joias destinadas à Michelle. Coincidência ou não, esses “presentes” são, de longe, os mais caros presenteados pelos sauditas a um chefe de estado e sua esposa. Cabe lembrar que o preço da refinaria Landulpho Alves, privatizada tendo como comprador os árabes, teve 3 avaliações. A primeira da R$ 3,5 bilhões. A segunda de R$ 2,5 bilhões e a última de R$1,6 bilhões, preço de venda. Coincidência? Fica a pergunta.
Veja o vídeo de Josias de Souza onde ele comenta o caso.