07 de fevereiro de 2023. 18:15h

O ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro está vivendo uma vida surreal como um homem da Flórida e queridinho do MAGA (sigla em inglês para “faça a América grande novamente”).
Bolsonaro deixou de ser presidente do Brasil faz um pouco mais de um mês. Mas agora, refugiado nos Estados Unidos, ele passa parte de seu tempo passeando pelos supermercados da Flórida, comendo frango frito em restaurantes de fast-food sozinho e recebendo apoiadores na entrada de uma das casas de José Aldo, um ex-lutador, que o hospeda.
A presença de Bolsonaro na Flórida é uma aberração, mesmo para um estado conhecido por abrigar personagens excêntricos. Ele deixou o Brasil em direção aos EUA dois dias antes da posse de seu sucessor, Luiz Inácio Lula da Silva, e se recusou a admitir sua derrota eleitoral.
Em 8 de janeiro, apoiadores de Bolsonaro invadiram o Parlamento brasileiro, o Supremo Tribunal Federal e o Palácio do Planalto, destruindo parcialmente esses prédios governamentais. Enquanto isso, Bolsonaro, anteriormente conhecido como “Trump dos Trópicos”, está se divertindo passeando pela Florida’s Turnpike, uma rodovia pedagiada com cerca de 309 milhas.
O ex-presidente brasileiro, que se recusou a admitir sua derrota eleitoral em outubro para Luiz Inácio Lula da Silva, deixou o país em direção aos EUA em 30 de dezembro de 2022, dois dias antes da posse de seu sucessor.
Em 8 de janeiro, seus apoiadores, segundo investigação em curso, invadiram o Parlamento brasileiro, o Supremo Tribunal Federal e o Palácio do Planalto, destruindo parcialmente os prédios dos três poderes, propriedades em um ataque muito mais destrutivo do que o ocorrido pelos apoiadores de Trump, ao Capitólio dos EUA, em 06 de janeiro de 2021.
Enquanto Bolsonaro passeia de carro, vagueia comendo frango frito, Trump está em sua própria propriedade à beira-mar planejando as primeiras jogadas de sua próxima campanha presidencial.
Ainda é incerto o que Bolsonaro está planejando durante sua estadia no Estado do Sol americano. Sua conta no TikTok transmite vídeos cuidadosamente selecionados para seus 74 milhões de seguidores – famílias sorridentes usando camisetas brasileiras entregando cestas de pão, morangos, flores e Nutella; montagens de time-lapse com música emocionante, mostrando Bolsonaro abraçando crianças e longas filas de pessoas esperando para tirar uma foto com ele.
O que o ex-presidente brasileiro está fazendo na Flórida com seu país – e seu próprio futuro legal – enredado em turbulências? pergunta a Revista Time. Seu visto original, designação A-1 destinada a diplomatas e chefes de estado, em exercício de mandato, está expirado e, em função disso, Bolsonaro deu entrada em um pedido de visto turístico de seis meses para ficar nos EUA.
Ele mantém o mistério. Ora diz que irá voltar ao Brasil e, provavelmente poder até ser preso acusado de incitação aos ataques do 08 de janeiro e agora a trama envolvendo ele, o senador Rogério do Val, o ex-deputado Daniel Silveira e, agora, Walter Delgatti, o “hacker de Araraquara”, afirma que teria sido contratado pela deputada Carla Zambelli para cuidar de suas redes sociais, estando inclusive com o salário atrasado.
No início de setembro, Zambelli teria chamado Delgatti para outra conversa, que seria, nessa oportunidade, com o próprio Bolsonaro, por telefone. “Eu encontrei a outra (Zambelli) e ela levou um celular, abriu o celular novo, colocou um chip, aí ela cadastrou o chip e ele (Bolsonaro) telefonou no chip. Foi por chamada normal”, declarou Delgatti.
O ex-presidente, então, teria convidado o hacker a assumir a autoria da ação que visava grampear Alexandre de Moraes, conforme relatou o próprio Delgatti.

“Eles precisam de alguém para apresentar (os grampos) e depois eles garantiram que limpam a barra. Ele (Bolsonaro) falou: ‘A sua missão é assumir isso daqui. Só, porque depois o resto é com nós’. Eu falei: beleza. Aí ele falou: ‘E depois disso você tem o céu’”, disse.
O ex-presidente, então, teria convidado o hacker a assumir a autoria da ação que visava grampear Alexandre de Moraes, conforme relatou o próprio Delgatti.
“Eles precisam de alguém para apresentar (os grampos) e depois eles garantiram que limpam a barra. Ele (Bolsonaro) falou: ‘A sua missão é assumir isso daqui. Só, porque depois o resto é com nós’. Eu falei: beleza. Aí ele falou: ‘E depois disso você tem o céu’”, disse.