A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta terça-feira (19) a operação Contragolpe, que revelou uma trama golpista com o objetivo de impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva e instaurar uma ditadura militar no Brasil após as eleições de 2022. Cinco pessoas foram presas durante a operação, autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), incluindo quatro militares e um policial federal. Entre os militares estão o tenente-coronel Helio Ferreira Lima, o major Rodrigo Bezerra Azevedo, o major Rafael Martins de Oliveira, todos da ativa, além do general de brigada Mario Fernandes, da reserva.
Publicado em 19/11/2024, 11:55h
Os quatro pertenciam às forças especiais do Exército, conhecidas como “Kids Pretos”, e ocupavam posições estratégicas dentro da estrutura militar. Já o policial federal preso, Wladimir Matos Soares, havia sido secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência da República durante o governo de Jair Bolsonaro e atualmente era assessor do deputado Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde.
As investigações apontam que o grupo desenvolveu um plano detalhado chamado “Punhal Verde e Amarelo”, que seria executado em 15 de dezembro de 2022. Esse plano incluía o assassinato do presidente eleito Lula, do vice-presidente eleito Geraldo Alckmin e a prisão e execução do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, que vinha sendo monitorado pelo grupo. Além disso, o objetivo final era consumar um golpe de Estado, utilizando violência extrema para desarticular as instituições democráticas e instaurar um regime militar.
A trama, segundo os investigadores, envolvia um planejamento operacional de alto nível, evidenciando a intenção de explorar os recursos e treinamentos das forças especiais para alcançar seus objetivos.
As provas que levaram à operação foram obtidas após a restauração de dados apagados do celular do coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, e de outros dispositivos de militares investigados. A Polícia Federal utilizou tecnologia avançada para recuperar mensagens, documentos e gravações que detalhavam o esquema. Esses materiais não apenas fundamentaram os pedidos de prisão como também evidenciaram a conexão direta da conspiração com figuras do alto escalão do governo anterior. O plano abortado também se relaciona com os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, quando radicais invadiram as sedes dos Três Poderes em Brasília, reforçando a existência de uma articulação mais ampla contra o Estado de Direito.
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Com as novas evidências, Mauro Cid, que negocia um acordo de delação premiada, será interrogado novamente. Os investigadores destacam que, no âmbito da delação, ele não pode escolher o que revelar e deve colaborar integralmente com as apurações.
O material obtido até o momento sugere que o alcance da conspiração era ainda maior do que se supunha, com ramificações dentro do governo Bolsonaro e apoio velado de parte do aparato estatal.
As revelações sobre o plano Punhal Verde e Amarelo escancaram a gravidade das ameaças à democracia brasileira no período pós-eleitoral. A operação Contragolpe reforça a necessidade de desarticular redes golpistas que buscavam não apenas subverter a ordem democrática, mas também eliminar fisicamente lideranças políticas e judiciais fundamentais para a estabilidade institucional. Especialistas consideram este episódio como uma das maiores crises institucionais desde a redemocratização, destacando que a responsabilização dos envolvidos é essencial para proteger a democracia brasileira de futuros ataques similares.
Essa tentativa bárbara de assassinato do presidente eleito Lula, seu vice e o ministro Alexandre de Moraes e de um golpe de estado, militar, para manter no poder o ex-presidente derrotado nas eleições de 20222, Jair Messias Bolsonaro, está em todos os noticiários nacionais, e deve ganhar repercussão internacional tal a gravidade.
Nós compartilhamos, a seguir, um dos inúmeros vídeos das mídias locais sobre o assunto.