
Por Política em Debate I Brasília
Em 27/05/2025, 9h50 I Leitura 2 min
O roteiro bolsonarista parece ter perdido o freio – e a paciência do Judiciário também. Reinaldo Azevedo, em análise contundente, aponta: Jair Bolsonaro entrou de vez na rota da prisão preventiva. O motivo? O uso escancarado do filho, Eduardo Bolsonaro, autoexilado nos Estados Unidos, como instrumento de ataque ao Supremo Tribunal Federal (STF) e de tentativa de coação à Justiça brasileira.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) não deixou dúvidas: as ações de Eduardo, articulando sanções internacionais contra ministros do STF, não são obra de um filho rebelde, mas parte de uma estratégia coordenada que beneficia diretamente o ex-presidente. Bolsonaro, inclusive, já admitiu publicamente que financia a estadia do filho nos EUA, reforçando a ligação direta entre pai e filho nessa cruzada internacional contra as instituições brasileiras.
Reinaldo lembra que, durante anos, a militância bolsonarista clamou por prisões preventivas de adversários, ignorando o princípio constitucional da presunção de inocência. Agora, ironicamente, Bolsonaro vê a possibilidade de ser alvo da mesma medida que tanto defendeu para outros. E há motivos jurídicos robustos: a legislação prevê prisão preventiva para quem ameaça a ordem pública, a instrução criminal ou tenta coagir testemunhas e autoridades – exatamente o que a PGR aponta no caso da ofensiva internacional liderada por Eduardo a mando do pai.
O jornalista não poupa críticas: “Eduardo não age sozinho. Ele atua a serviço de alguém apontado como líder de organização criminosa”, dispara, ressaltando que a tentativa de intimidar o Judiciário brasileiro por meio de pressões externas é, sim, motivo para prisão preventiva. O pedido da PGR ao STF é claro: Bolsonaro deve ser ouvido, pois é beneficiário direto e financiador das ações do filho. E outras medidas cautelares, inclusive a prisão, não estão descartadas.
No fim, o recado é ácido e direto: quem sempre defendeu a cadeia para os outros agora pode sentir o peso da lei na própria pele. E, como bem ironiza Azevedo, não adianta cantar para o povo brasileiro – o Judiciário está atento, e a novela bolsonarista pode ter um final menos heroico do que seus protagonistas imaginam.
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