
Por Política em Debate I Brasília
Em 27/05/2025, 18h55 I Leitura 2 min
A cada novo capítulo, o bolsonarismo se supera em ousadia e desvario institucional. Agora, o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ) prepara a entrega de um dossiê explosivo à Polícia Federal contra Eduardo Bolsonaro, apontando que suas ações no exterior são “mais graves que o 8 de janeiro” – aquele mesmo dia em que a extrema direita tentou, sem sucesso, rasgar a democracia brasileira.
O Dossiê
O documento, detalhado e recheado de provas, traz registros de encontros de Eduardo Bolsonaro com políticos e integrantes do governo Trump nos Estados Unidos, onde o deputado licenciado articula sanções contra o ministro Alexandre de Moraes e outros membros do STF. Não se trata apenas de bravatas em redes sociais: há vídeos, textos e agendas de reuniões com autoridades americanas que não apareceram nas timelines, mas foram rastreadas e documentadas pela equipe de Lindbergh.
O deputado do Partido dos Trabalhadores não mede palavras: Eduardo, ao mobilizar uma potência estrangeira para atacar o Judiciário brasileiro, não só repete a lógica do golpe como escala a crise institucional a níveis inéditos. “O que Eduardo Bolsonaro está fazendo é mais grave que o 8 de Janeiro. É a continuação do golpe, movimentando uma potência estrangeira para fazer coação no curso do processo”, dispara Lindbergh. Para ele, não adianta Eduardo tentar apagar rastros digitais: tudo já foi mapeado e será entregue à PF.
A resposta do Judiciário foi imediata. Alexandre de Moraes, do STF, abriu inquérito criminal contra Eduardo, atendendo ao pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), que aponta tentativa de obstrução de Justiça, coação institucional e ataque à soberania nacional. O ministro determinou que a PF monitore as redes do deputado e convoque tanto Eduardo Bolsonaro quanto Jair Bolsonaro para prestar esclarecimentos – o filho, no autoexílio americano, poderá responder por escrito.
No Congresso, Lindbergh também move peças: além do dossiê à PF, o PT vai pedir a cassação do mandato de Eduardo Bolsonaro no Conselho de Ética, por quebra de decoro e atentado à soberania nacional. “Não é contra o PT, não é contra um lado. É contra o STF. Contando inverdades de que aqui existe uma ditadura”, reforça Lindbergh, denunciando o jogo sujo de quem tenta transformar o Brasil em quintal da extrema direita americana.
No fim, o que se vê é o extremismo de direita dobrando a aposta no caos: incapaz de aceitar a derrota, aposta em conspiração internacional, subordinação nacional e, claro, no velho discurso de “perseguição” para justificar o injustificável. Se o 8 de janeiro foi o ápice da delinquência golpista, a ofensiva de Eduardo Bolsonaro é o roteiro de uma traição institucional em tempo real. Essa é uma das acusações que Lindbergh Farias faz a Eduardo Bolsonaro.
Enquanto as acusações contra Eduardo Bolsonaro ganham proporções internacionais e colocam em xeque a soberania nacional, nomes de peso da extrema direita permanecem em silêncio absoluto. Essa omissão gritante revela, no mínimo, um constrangimento diante do escândalo ou, no máximo, uma cumplicidade silenciosa com a estratégia de submissão do Brasil a interesses alheios à pátria. O silêncio desses líderes, que em outras ocasiões não hesitariam em vociferar contra o STF ou contra a “ameaça comunista”, é tão eloquente quanto suspeito — e expõe o vazio moral e estratégico da direita que se diz patriota.