Alexandre de Moraes será relator de inquérito contra Eduardo Bolsonaro

Por Política em Debate I Brasília

Em 26/05/2025, 19h50 I Leitura 2 min

Eduardo, o Azarado

Deputado Lindbergh Farias (Partido dos Trabalhadores ) pediu à Procuradoria Geral da República (PGR) a prisão do senhor Eduardo Bolsonaro por crime de traição à pátria

Eduardo Bolsonaro, acusado de traição pelo deputado Lindbergh Farias (PT), deu azar. Além da representação do deputado petista ter sido aceita pela Procuradoria Geral da República (PGR), que a encaminhou ao Supremo Tribunal Federal (STF), o relator do caso será o próprio Alexandre de Moraes, a quem Eduardo Bolsonaro articula nos Estados Unidos, sanções contra a figura institucional do Ministro.

Governo tratará eventual sanção contra Moraes como ataque à soberania (Jamil Chade -UOL)

A novela política envolvendo Eduardo Bolsonaro e o Supremo Tribunal Federal ganhou um novo e explosivo episódio nesta segunda-feira (26/05). O ministro Alexandre de Moraes, já conhecido por sua atuação firme contra ataques às instituições democráticas, foi sorteado relator do inquérito que investiga o deputado federal licenciado, atualmente nos Estados Unidos, por sua atuação contra autoridades brasileiras.

O que está em jogo

A Procuradoria-Geral da República (PGR) aponta que há material suficiente para acusar Eduardo Bolsonaro de coação no curso do processo, especialmente contra integrantes da Suprema Corte. O motivo? O filho do ex-presidente tem feito articulações políticas nos EUA para pressionar o governo norte-americano a impor sanções ao ministro Alexandre de Moraes e, possivelmente, a outras autoridades do Judiciário brasileiro. O inquérito, por decisão de Moraes, tramita sob sigilo — um indicativo da gravidade e da sensibilidade do caso.

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O financiamento do exílio dourado

Outro ponto curioso (e, no mínimo, controverso) é o financiamento da estadia de Eduardo Bolsonaro no exterior. Jair Bolsonaro, réu no STF por suspeita de liderar uma trama golpista para se manter no poder, declarou que sustenta o filho nos EUA, em parte com recursos de uma vaquinha virtual que arrecadou cerca de R$ 17 milhões, além de suas múltiplas fontes de renda — aposentadoria, pensão militar e remuneração partidária. Alexandre de Moraes já determinou que o ex-presidente esclareça à Corte como esses recursos são utilizados para manter Eduardo em solo americano.

Bolsonaro, o “Austero”

O afastamento estratégico

Eduardo Bolsonaro, cujo afastamento da Câmara dos Deputados se encerra em julho, já avisou: só retorna ao Brasil quando Alexandre de Moraes for sancionado pela Casa Branca. Ou seja, condiciona sua volta ao sucesso de sua campanha internacional contra o ministro do STF — uma postura que beira o delírio, mas que revela a aposta bolsonarista em criar fatos políticos internacionais para pressionar as instituições brasileiras.

O lobby internacional e o constrangimento diplomático

A situação ganhou contornos ainda mais dramáticos após o senador americano Marco Rubio, chefe do Departamento de Estado dos EUA, declarar em audiência no Congresso americano que há “perseguição política” da oposição no Brasil. Rubio chegou a sugerir a aplicação da Lei Global Magnitsky contra Moraes, o que poderia resultar em bloqueio de bens, cancelamento de visto e proibição de entrada nos EUA para o ministro.

É o roteiro perfeito para quem aposta no caos: um parlamentar brasileiro, licenciado, faz lobby nos EUA para que o país puna autoridades do próprio Brasil, enquanto acusa — sem provas — o Judiciário de instaurar uma ditadura. Tudo isso, claro, com o apoio financeiro do pai, investigado por tentativa de golpe de Estado.

O que esperar

Com Alexandre de Moraes na relatoria, o inquérito promete ser conduzido com rigor e celeridade. O ministro já demonstrou que não hesita em tomar decisões duras para preservar a ordem democrática. O episódio, no entanto, escancara a escalada de tensão institucional promovida por setores da extrema direita, que não hesitam em internacionalizar suas disputas e colocar a soberania nacional em xeque.

Ato de Eduardo Bolsonaro em Nova York foi um fracasso. Nem ele apareceu.

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