Publicado em 21/03/2025, 17:25h

A proposta de alterar a Lei da Ficha Limpa, que está em tramitação no Congresso Nacional, representa um retrocesso significativo no combate à corrupção e na promoção da moralidade na política brasileira. Essa lei, sancionada em 2010, foi um marco importante na luta contra a impunidade e a corrupção eleitoral, resultado de uma mobilização popular sem precedentes que reuniu mais de 1,5 milhão de assinaturas.

A Lei da Ficha Limpa estabeleceu critérios rigorosos para a elegibilidade de candidatos, impedindo que políticos condenados em segunda instância pudessem concorrer a cargos públicos por um período de oito anos. Essa medida fortaleceu a democracia brasileira ao garantir que os representantes eleitos tenham conduta idônea, protegendo o interesse público e promovendo uma gestão mais ética.

O projeto em tramitação no Congresso visa suavizar essas regras, permitindo que políticos condenados possam se candidatar mais cedo. Uma das propostas altera o momento em que o prazo de inelegibilidade começa a ser contado, passando a ser a partir da condenação, e não mais após o cumprimento da pena. Isso reduziria significativamente o tempo de inelegibilidade, beneficiando políticos já condenados e que hoje estão inelegíveis.

Alguns dos políticos que podem ser beneficiados se a Lei da Ficha Limpa for alterada, para torná-la mais branda, podem ser citados:

Esses políticos poderão ter seus prazos de inelegibilidade reduzidos ou alterados se as propostas forem aprovadas. Um absurdo retrocesso no combate ao mal feito.

O projeto de mudança da Lei da Ficha limpa é amoral e vergonhoso. A eventual mudança é criticada por entidades que zelam pela transparência pública, e pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dentre outros, que argumentam que a proposta desfigura e enfraquece a lei, beneficiando especialmente aqueles condenados por crimes graves.

A CNBB destaca que as alterações pretendidas isentam quem praticou abusos de poder político e econômico, enfraquecendo o combate às práticas corruptas que comprometem a democracia brasileira. Portanto, é fundamental que a sociedade brasileira se mobilize contra essa proposta, defendendo a manutenção da Lei da Ficha Limpa em sua forma atual.

A posição da CNBB, que nós endossamos, você pode ver e ouvir nesse vídeo:

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