—Que pressentindo a morte, instintivamente fogem desesperados.

Publicado em 09/032025, 19:35h

É realmente um dos vídeos mais constrangedores e chocantes de casos de recrutamento forçado na Ucrânia que eu já vi. Deprimente ver as cenas de pessoas apavoradas, sendo caçadas nas ruas das cidades Ucranianas, para depois serem enviadas para o front de combate. Na maioria dos casos para a morte.

Mobilização forçada na Ucrânia. Pessoas caçadas nas cidades Ucranianas como gado, para morrerem no front da guerra. Um soldado Ucraniano tem expectativa de vida no front entre 1 e 3 dias (Legenda do vídeo disponível em vários idiomas)

Aterrador, mas Zelensky não é o único vilão dessa história. A tragédia Ucraniana de mais de 1 milhão de soldados mortos e/ou feridos, teve a contribuição decisiva de Boris Johnson, que junto com Biden, forçou Zelensky a rasgar o acordo preliminar feito com Putin na Turquia, um pouco depois do início do conflito. Lembram que o exército Russo estava às portas de Kiev e depois se retirou? Se falava que Zelensky iria fugir a qualquer minuto naquele momento? A razão do recuo dos russos foi o acordo. E o que foi acordado naquele momento?

Logo após o início da Operação Militar Especial da Rússia na Ucrânia, em fevereiro de 2022, houve negociações de paz entre representantes russos e ucranianos na Turquia. Essas tratativas chegaram a esboçar um acordo preliminar que poderia ter encerrado o conflito nos primeiros meses da guerra.

Principais pontos do acordo negociado:

  1. Neutralidade da Ucrânia – A Ucrânia concordaria em não aderir à OTAN, mantendo um status de país neutro, semelhante ao modelo da Áustria ou Suécia.
  2. Garantias de segurança – Em troca da neutralidade, a Ucrânia buscava garantias de segurança de potências ocidentais e de países como Turquia e Reino Unido.
  3. Reconhecimento da Crimeia e Donbass – A Rússia exigia o reconhecimento da Crimeia como território russo e a independência das Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk.
  4. Redução das forças militares russas – Em contrapartida, Moscou poderia retirar parte das tropas do norte da Ucrânia, especialmente da região de Kiev, o que acabou sendo feito de boa fé pelo lado Russo.
  5. Negociações sobre o status das regiões ocupadas – As partes consideravam um período de negociação para definir o destino das áreas sob controle russo.

Entretanto, o então primeiro-ministro britânico Boris Johnson visitou Kiev e teria desaconselhado Zelensky a assinar qualquer acordo com Moscou, pois o Ocidente via a oportunidade de desgastar militarmente a Rússia. Impor à Federação Russa uma derrota estratégica, que incluía a premissa de que haveria uma reviravolta política na Rússia e que Putin cairia. Entretanto, passados 03 anos de guerra, o que ocorreu foi justo o contrário. A economia europeia está em frangalhos, a Ucrânia destruída, os EUA estão abandonando os Europeus e a OTAN. E quem aplicou uma derrota estratégica ao Coletivo do Ocidente foi Putin.

Resumo da guerra na Ucrânia: Milhares de tropas de Kyiv em Kursk estão quase cercadas por forças russas – Política em Debate

Com apoio militar crescente dos EUA e aliados, a Ucrânia passou a acreditar que poderia recuperar os territórios ocupados, optando por prolongar a guerra. Apesar da disposição inicial, a Rússia percebeu que poderia consolidar seus ganhos territoriais e endureceu suas exigências.

A tragédia de hoje da Ucrânia é fruto de tudo isso, que poderia ter sido evitado naquele momento.

E a estupidez cobrou seu preço. Com a eleição de Trump e a sua obstinação em descontruir as relações e o comércio internacionais, mais do que nunca Trump precisa que o conflito na Ucrânia termine. Para tal, ele vem negociando diretamente com Putin, deixando a Europa e a Ucrânia de fora dessas negociações, porque sabidamente a Europa quer prolongar esse conflito.

A obsessão de Trump não é Putin, a quem admira, mas a China. E quem vem tirando proveito disso é, obviamente, a Rússia. O maior ataque de mísseis e drones da Rússia contra a Ucrânia, de todo esse ano, ocorreu assim que o Trump anunciou a suspensão ou pausa no fornecimento de armas, e também pausou a inteligência e logística fornecida pelos Estados Unidos, em especial a vigilância por satélite. E agora temos ainda mais pressão, com a ameaça de Musk de suspender também os serviços de internet via Starlink, se a Ucrânia não ceder e contribuir de forma decisiva para o fim do conflito. Às cegas não há defesa e Putin aproveitou e vem aproveitando de forma assustadora isso, dizimando o contingente Ucraniano que ainda está em Kursk em uma mega ofensiva que começou ontem (08/03/2025) e acabando de destroçar o pouco que resta de infraestrutura do país, o inviabilizando para o futuro pós guerra. Sem dinheiro. Devendo bilhões e bilhões, destruída economicamente, tendo que arcar com o pesado fardo de pensões para os parentes dos mais de um milhão de mortos e mutilados, o que será da Ucrânia? Tudo culpa de Zelensky. Isso sem contar que grande parte da população fugiu do país e, provavelmente, parte não iria retornar mesmo após o fim da guerra.

Se falamos de humanidade, me parece difícil que a gente, como raça, evolua ou ao menos sobreviva a nós mesmos. À nossa brutalidade, indiferença, maldade e ao desejo de sempre querer o que é do outro. Bons sentimentos como amor, fraternidade, compaixão, amenizam isso. Mas não são o suficiente para nos salvar do que somos. Da mísera espécie predatória que somos.

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