08 de abril de 2023, 16:10h

As Instituições de Estado cooptadas criminosamente durante o governo Bolsonaro.

Indicado por Bolsonaro, Wendel Matos deixou de informar à CGU possíveis infrações do superior hierárquico; o ex-diretor da PRF foi o braço operacional do maior escândalo das eleições de 2022: blitz contra veículos com adesivos de Lula.

Wendel Benevides Matos, ex-corregedor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), ocultou da Controladoria-Geral da União (CGU) 23 denúncias contra o então chefe da corporação, o ex-diretor-geral Silvinei Vasques. Como superior hierárquico, Wendel era obrigado a reportar à CGU possíveis infrações cometidas por Vasques, porém, não foi encontrada nenhuma informação sobre o assunto no sistema correcional da controladoria.

Nomeado durante o governo Bolsonaro, Wendel tinha mandato até novembro deste ano, mas foi exonerado a pedido da atual direção da PRF. Vasques, o chefe protegido pelo corregedor, foi o braço operacional do maior escândalo das eleições de 2022: a tentativa de tumultuar o pleito, fazendo blitz contra carros e ônibus que ostentavam adesivos da campanha de Lula no dia da votação do segundo turno. As ações se concentraram no Nordeste, onde o presidente tem o maior número de eleitores.

A atual direção da PRF pediu a exoneração do corregedor devido a “indícios de distorções técnicas, parcialidade, interferência e uso não isonômico das ferramentas de correição pelo atual Corregedor Geral”. Ficou evidente que Wendel utilizava dois pesos e duas medidas ao investigar manifestações político-partidárias de policiais.

Quando os servidores declaravam apoio a candidatos de esquerda, os processos disciplinares eram instaurados rapidamente. O mesmo não ocorria quando as manifestações em redes sociais envolviam Bolsonaro ou seus apoiadores. O próprio Silvinei Vasques fez declarações públicas a favor do candidato do PL.

Além disso, o ex-corregedor é acusado de parcialidade na apuração da omissão de policiais nos bloqueios das rodovias federais que ocorreram logo após o anúncio da vitória de Lula. Na época, Wendel afirmou: “Observamos que nenhuma ordem foi dada no sentido de que servidores não deixassem de cumprir o seu papel”. Até o momento, a Corregedoria-Geral da União desconhece a origem dessa conclusão, uma vez que nenhum procedimento de apuração foi realizado.

Diretor da PRF, Silvinei Vasques, vira réu por improbidade

A pedido do Ministério Público Federal no estado, o Juiz Jose Arthur Diniz Borges, da 8ª Vara Federal do Rio, tornou réu Silvinei Vasques por ação de improbidade administrativa. A ação incluiu um pedido de liminar contra o diretor-geral da PRF por uso indevido do cargo, com desvio de finalidade e de símbolos e imagem da instituição policial para favorecer a reeleição de Jair Messias Bolsonaro.

Desde o início das eleições, o diretor-geral da PRF fez postagens em redes sociais com mensagens de cunho eleitoral, culminando em 29 de outubro de 2022, véspera do segundo turno das eleições, quando ele pediu explicitamente votos para um dos candidatos em sua conta pessoal do Instagram. Esse fato gerou repercussão nas redes sociais e foi noticiado pela imprensa.

Para o MPF, esses atos já seriam extremamente graves se tivessem se restringido ao âmbito interno da Polícia Rodoviária Federal, em vista dos poderes administrativos e hierárquicos exercidos pelo diretor-geral.

A Dobradinha Anderson Torres e Silvinei Vasques

Após a investigação e prisão de Anderson Torres, ex-ministro da Justiça, acusado de omissão e/ou facilitação da tentativa de golpe de estado em 08 de janeiro de 2023, e de ter ido à Bahia para coordenar a ação da Polícia Rodoviária Federal (PRF) contra eleitores de Lula, às vésperas do segundo turno das eleições presidenciais de 2022, a Polícia Federal está agora investigando se a ordem teria partido de Jair Bolsonaro, ex-presidente do Brasil e candidato à reeleição.

Segundo informações divulgadas por Bela Megale no jornal O Globo em 4 de abril, a PF já teria certeza da participação de Torres na ação e agora está aprofundando a investigação para descobrir se ele teria recebido ordens de Bolsonaro.

De acordo com relatos, Torres fez um levantamento entre o primeiro e o segundo turno para identificar as regiões onde Lula foi mais votado e, a partir disso, organizou a operação para tentar impedir que os eleitores votassem novamente no segundo turno.

Investigado pelos bloqueios ilegais em rodovias, para tentar se safar, se é que não se safou, Silvinei Vasques pediu aposentadoria à PRF, que lhe foi concedida.

A aposentadoria de Silvinei é integral, ou seja, ele segue recebendo o mesmo salário de quando estava na ativa. Vasques segue réu por improbidade administrativa, acusado de usar o cargo indevidamente.

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