02 de abril de 2023, 17:12h
O General Tomás Miguel Ribeiro Paiva, chefe do Exército Brasileiro, anunciou recentemente que iria punir os oficiais da força que comemorassem o aniversário do golpe militar de 31 de março. Em entrevista ao jornal O Globo, ele declarou que seu objetivo é afastar a política do Exército e que a instituição deve se concentrar em seu trabalho como profissionais.
Após um vídeo em que o general pede respeito ao resultado das urnas viralizar, ele chamou a atenção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Isso aconteceu em meio aos ataques recorrentes do ex-presidente Jair Bolsonaro ao sistema eleitoral. O silêncio em torno da celebração do aniversário do golpe militar no Brasil, obtido pelo comandante agora no último dia 31, depois de vetar a leitura da Ordem do Dia e ameaçar punição, foi considerado uma vitória para o militar.
O Globo relembra que a trajetória do general foi forjada pela convivência próxima tanto com defensores do sistema eleitoral, como o ex-presidente Fernando Henrique, quanto com líderes acusados de terem ameaçado se insurgir contra ele.
O general Tomás Paiva possui um histórico de boas relações com o principal adversário de Lula. No entanto, seus colegas de caserna afirmam que o comandante sempre respeitou o papel institucional do Exército, o que se tornou uma das principais marcas de sua carreira. Além disso, ele atuou como ajudante de ordens dos ex-presidentes Itamar Franco e FHC, o que lhe deu experiência no epicentro do poder.
Apesar de sua experiência política, o general sempre soube distinguir sua atuação militar das atividades políticas, o que teria motivado o convite de Lula. De acordo com fontes próximas ao ex-presidente, ele teria escolhido o militar por sua trajetória profissional e pela confiança que inspira entre seus colegas de farda.
A questão que agora se levanta é se realmente o comandante Tomás Paiva, o STM e se for da alçada, o STF irão punir de forma exemplar os militares, da ativa e da reserva, que atentaram contra a democracia brasileira, desde a declaração pelo TSE da vitória do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva até a fracassada tentativa de golpe militar de 08 de janeiro de 2023. Alguns dos acusados diretos são o ex-ministro do GSI, general Augusto Heleno e o comandante do exército a quem Tomás Paiva substituiu. É aguardar para ver.
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