24 de fevereiro de 2023, 18:10h

EUA: Influência cultural, econômica e política

Os Estados Unidos estão entre as principais nações do mundo e exercem um grande poder econômico internacional. O país possui medidas protecionistas em relação à entrada de produtos estrangeiros, além de manipular o mercado global.

Além disso, os americanos têm feito grandes esforços na difusão de sua cultura, como meio de desenvolver os seus valores, costumes e hábitos. Esta influência é notada principalmente através dos meios de comunicação, como cinema, música, canais de TV, e outras formas. Raramente se vê um filme de temática envolvendo guerras, insurgências e mesmo com temática terrorista, onde os americanos não sejam os heróis e todos os outros os bárbaros, os vilões.

Os EUA também tem procurado impor a sua economia, seja através de tratados como o NAFTA ou o ALCA, ou através do alcance de seu poder militar, que tem sido reforçado desde o final da Segunda Guerra Mundial, em especial via OTAN, seu “braço armado” presente no mundo. Como no Iraque, Afeganistão e agora na Ucrânia. O país tem feito importantes investimentos em suas forças armadas para assegurar a sua supremacia no cenário internacional. Entretanto, cada vez mais encontra adversários formidáveis como a China, a Rússia e mesmo a ìndia.

Desde décadas, a ineficiência americana, o gigantesco déficit público que hoje ultrapassa os US$ 30 trilhões, para um PIB em 2022 de US$ 26,13 trilhões , é exportado para o mundo sem qualquer controle, via dólar.

O truque foi abandonar o padrão ouro como moeda de garantia.

Ao longo da história, as moedas emitidas encontravam seu valor garantido por um lastro, comumente ouro. Quanto mais reservas em ouro um país possuía, mais moeda podia emitir. Atualmente, outras coisas acabam servindo como referência para garantir o valor das moedas, como a relação entre Produto Interno Bruto e dívida pública dos países, assim como o dólar.

O padrão ouro gerou estabilidade para a economia internacional, facilitando o comércio, os investimentos, as finanças, a migração e as viagens internacionais. No entanto, devido às altas demandas de moeda exigidas pela Primeira Guerra Mundial, o padrão ouro acabou sendo abandonado.

A desdolarização da economia mundial é um dos principais efeitos da ascensão de Moscou, Pequim, Nova Deli e outros como potências globais no século XXI. As restrições impostas pelo Ocidente levaram a Rússia a cooperar cada vez mais com a China e outras nações fora do eixo ocidental, gerando um novo cenário econômico com a utilização de moedas alternativas. Atualmente se usa uma cesta de moedas que incluem o dólar, o euro, o rublo, o yuan. A dependência do dólar como moeda das trocas comerciais cada vez se dilui mais.

No Brasil, o debate sobre um novo sistema de moeda comum para negociações com outros países foi iniciado no governo de Lula. A ideia chamou a atenção do chanceler russo Sergei Lavrov, que destacou que a proposta de Lula vai além de uma medida regional, mas global. Essa nova realidade causa profundas mudanças no cenário financeiro mundial, pois o dólar perde o seu status de moeda hegemônica.

O processo de desdolarização do sistema internacional se acelerou nos últimos 15 anos, em parte por causa das sanções financeiras aplicadas pelos Estados Unidos e seus parceiros ocidentais. Depender unicamente do dólar se tornou um perigo para qualquer nação que não queira ser submissa aos interesses econômicos e geopolíticos dos Estados Unidos.

O professor do Instituto de Relações Internacionais e Defesa (IRID) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e do Programa de Pós-Graduação em Economia Política Internacional (PEPI) do Instituto de Economia da UFRJ, Mauricio Metri, explica que países como Rússia, China e outros, buscam contornar o círculo do dólar e a violência das sanções.

De acordo com Metri, a desdolarização se tornou um objetivo da política externa desses países. Nesse cenário, a busca por moedas alternativas à do dólar tem crescido exponencialmente. Países alvos e aqueles cujos interesses estratégicos são afetados pelas sanções têm se mobilizado para adotar outras moedas, a fim de tornar o sistema internacional mais diversificado. A tendência é que a desdolarização continue nos próximos anos,

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